Indo contra a tendência mercadológica, a geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010), que cresceu cercada pela tecnologia, estão começando abandonar os smartphones e aderir aos “telefones burros”. Esses dispositivos, que permitem apenas chamadas e mensagens de texto, estão sendo escolhidos pelos jovens que preferem ficar menos tempo na internet e economizar no custo dos dispositivos.
A inclinação pelo tempo fora das telas reforçam estudos que indicam que o uso intenso de redes sociais está associado a problemas de saúde mental como ansiedade e dependência emocional, especialmente em adolescentes, devido à comparação social negativa e à busca por validação nas plataformas digitais.
Entre eles, a pesquisa “conectados y vulnerables”, publicado na Revista Social Fronteriza, que analisa a relação entre redes sociais e saúde mental de adolescentes.
O estudo aponta que a necessidade constante de validação social no mundo virtual, como curtidas e comentários, provoca ansiedade e dependência emocional. Os adolescentes relataram sentir-se desanimados quando não recebiam a interação esperada em suas postagens.
Além de aumentar os níveis de ansiedade e depressão, o estudo destaca que o uso excessivo de redes sociais pode influenciar no sono, nas relações interpessoais e na percepção de identidade.
Cresce a busca por celulares sem internet
Uma pesquisa realizada pela empresa espanhola de tecnologia SPC mostrou que o interesse por telefones sem internet está crescendo: 12,2% dos jovens na Espanha já trocaram o smartphone por um “dumbphone ” e 19,5% que conhecem alguém que o fez.
De acordo com Irene Manterola, Diretora de Marketing da SPC, o movimento conseguiu captar a atenção do setor de tecnologia, marcando uma mudança na forma como as novas gerações interagem com seus dispositivos.
Além de promover a desconexão do mundo virtual, esses celulares têm maior durabilidade, bateria de longa duração e um custo significativamente menor do que os smartphones.
No Brasil, é possível comprar um dos modelos de celulares sem internet por menos de R$ 200.
“Dobramos nossa participação de mercado de telefones flip (dumphones) no último ano, o que é muito importante para nós. E vemos que agora está a aumentar na Europa”, afirmou o diretor de marketing da Nokia Phones e da HMD Global, Lars Silberbauer, à Euronews Next.
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