Ao menos 18 pessoas morreram afogadas ao tentarem recuperar alimentos lançados por paraquedas no norte da Faixa de Gaza. Seis corpos foram posteriormente recuperados e transferidos para um hospital próximo. Segundo as autoridades do enclave palestino, dezoito pessoas já morreram pelo lançamento de ajuda humanitária pelo ar, prática que tem sido criticada. As autoridades do Hamas pediram, nesta quarta-feira (27) o fim imediato desses envios e a abertura dos acessos terrestres após anunciar as mortes, 12 delas de pessoas que tentavam recuperar mantimentos que caíram no Mediterrâneo. “Às vezes cai no mar, às vezes em civis, às vezes em casas, às vezes em território israelense além da cerca de fronteira”, afirmou Mahmoud Bassel, porta-voz do serviço de resgate da Defesa Civil de Gaza, explicando que um grande grupo de homens nadou até o Mar Mediterrâneo na segunda-feira (25) para tentar recuperar os pacotes de ajuda.
Em 8 de março, cinco pessoas morreram e dez ficaram feridas no campo de refugiados de Al Shati, ao serem atingidas por pacotes cujo paraquedas não se abriu, disseram testemunhas e fontes hospitalares. “Alertamos aos países que realizam essas operações de risco, porque uma parte cai no mar, outra nos territórios palestinos e outra em áreas perigosas, colocando em risco a vida de civis famintos”, destacou a assessoria de imprensa do governo do Hamas. O governo dos EUA, no entanto, não atendeu o pedido e afirmaram que continuarão enviando a ajuda.
Os pacotes lançados com paraquedas, transportados por aviões jordanianos, egípcios, franceses e americanos, são marcados com pequenas bandeiras dos doadores: Emirados Árabes Unidos, França, Bélgica, Alemanha e Estados Unidos. Os destinatários sãos as 300 mil pessoas que permanecem no norte de Gaza, aonde raramente chegam os caminhões que entram no sul. A agência governamental israelense Cogat registrou 44 lançamentos do ar. Um método que, estima-se, não compensa de forma alguma o que seria um fluxo normal por estrada.
“A situação é tão desesperadora que qualquer ajuda é bem-vinda, sempre que chegue de maneira segura”, ressaltou na terça James Elder, porta-voz do Unicef, de Rafah, no sul da Faixa. “A ajuda alimentar costuma ser lançada quando as pessoas estão isoladas, a centenas de quilômetros de tudo. Aqui, a ajuda necessária está a poucos quilômetros. É preciso usar as estradas!”, acrescentou. De acordo com a ONU, antes da guerra, entravam em Gaza ao menos 500 caminhões por dia, em comparação com os 150 atuais.
Fonte: Jovem pan.
Imagem: EFE/Ministério de Defesa.