Aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com depressão, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No Brasil, dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam 11,7 milhões de brasileiros sofrem dessa condição.
A psicanalista e filósofa Ana Matos ressalta que a importância do cuidado com a saúde mental não deve ser reconhecida apenas em momentos de crise. “A saúde mental não é apenas a ausência de doenças, mas sim um estado de bem-estar que envolve o aspecto emocional e psicológico.” Segundo Ana, cuidar da saúde mental reflete diretamente na qualidade de vida, influenciando relações pessoais e escolhas alinhadas com seus próprios valores.
Abertura ao diálogo
Infelizmente, a busca por ajuda psicológica ainda é frequentemente associada como um sinal de fraqueza ou algo reservado apenas para crises extremas. Essa percepção pode impedir que muitas pessoas procurem apoio, resultando em consequências graves para a saúde mental. A visão distorcida sobre a terapia é intensificada pela falta de conhecimento sobre os benefícios e funcionamento.
Entretanto, promover conversas mais francas sobre saúde mental e encorajar as pessoas a falarem sobre desafios pode ajudar a enxergar a terapia como uma prática educacional e preventiva, em vez de uma solução de último recurso.
“É preciso romper com o preconceito. Falar sobre nossas emoções é um passo crucial para a transformação social. Quando nos permitimos dialogar, começamos a criar um ambiente mais acolhedor”, explica Ana Matos.
Benefícios da terapia
O acompanhamento da psicoterapia tem papel fundamental na melhoria e manutenção da saúde mental, oferecendo uma compreensão profunda de si mesmo e contribuindo para o tratamento de diversas condições.
“A terapia não serve apenas para resolver questões pontuais, mas também para entender como você funciona, quais são seus padrões mentais e como você lida com suas emoções”, explica Ana.
Além disso, Ana destaca a importância da terapia no tratamento de doenças como transtornos de ansiedade, pânico, depressão e transtornos alimentares ou de personalidade, como o Borderline. “A terapia é essencial no tratamento psiquiátrico, pois ajuda a compreender os gatilhos e comportamentos que alimentam esses transtornos, oferecendo um olhar psicoeducacional sobre o que acontece no cérebro durante uma crise”, finaliza a profissional.
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