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Disputa embolada ao Governo do Estado expõe na reta final da eleição

Embolados na pesquisa Ipec, Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (União Brasil) e Décio Lima (PT) têm desafios distintos na tentativa de conquistar o eleitorado a poucos dias do primeiro turno. Enquanto Amin tenta crescer entre os bolsonaristas, Gean procura fortalecer a imagem de bom gestor e Décio busca chegar ao patamar de intenções de votos que Lula tem no Estado.

Conforme dados do Ipec divulgados na última terça-feira (20), Amin manteve os mesmos 15% da pesquisa anterior, Gean e Décio cresceram 6% e 4%, respectivamente, e chegaram aos 14% e 10% no levantamento mais recente.

Os três ocupam a terceira, quarta e quinta posição na preferência dos catarinenses e estão logo atrás do “primeiro pelotão” – formado pelo empate entre Carlos Moisés (Republicanos) e Jorginho Mello (PL), cada um tem 20% das intenções de voto. Considerando a margem de erro, de três pontos para mais ou para menos, Amin e Gean empatam tecnicamente com Moisés e Jorginho, assim como Décio alcança Amin e Gean.

O resultado animou os coordenadores das campanhas dos três candidatos, que devem seguir com estratégias semelhantes às que têm sido feitas. O que deve mudar a partir de agora é a influência do acirramento na propaganda eleitoral e nas falas dos postulantes, já que o Ipec aponta que a queda de qualquer um pode ter impacto para os demais.

Do lado bolsonarista da disputa, Amin segue tentando convencer o eleitor de que é o nome mais alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Com base na pesquisa, no entanto, o triunfo com esse eleitorado, até o momento, é de Jorginho.

Os dois candidatos apostaram no uso da imagem do presidente da República nas campanhas de TV e internet e com menções a políticas e teses defendidas por ele. Um exemplo foi a fala de Amin, em entrevista ao Jornal do Almoço, na NSC TV, criticando a suposta falta de auditoria das urnas eletrônicas, assunto que é cotidianamente alvo de questionamentos por parte de Bolsonaro.

Para o coordenador de marketing da campanha de Amin, Lucas Borges, não há “exclusividade” no apoio de Bolsonaro na disputa pelo governo de Santa Catarina. A concorrência por votos, na análise de Borges, chega a atrapalhar, inclusive, a campanha à reeleição do presidente.

— Nossa campanha faz o contrário (da de Jorginho): estamos levando votos ao presidente, reforçando a campanha dele. Isso será mantido, porque além de eleger o Amin para governador, queremos reeleger o presidente Bolsonaro — diz Broges.

Com aceno ao bolsonarismo, Gean Loureiro também tenta crescer na reta final e garantir uma vaga no provável 2º turno. O ex-prefeito de Florianópolis teve um boom em relação à pesquisa anterior e chegou aos 14%.

O crescimento de Gean ocorre em meio à tentativa de derrubar na Justiça Eleitoral propagandas que relembram escândalos em que ele se envolveu, como o do sexo dentro a prefeitura. A volta do caso lhe rendeu o apelido de “Bill Clinton de Floripa”. Em contrapartida, o ex-prefeito tem insistido em mostrar as obras que entregou durante a gestão na Capital.

“A estratégia está dando resultado”, avalia equipe de Gean Loureiro

A campanha de Gean avalia que o resultado do Ipec “demonstra que a estratégia da campanha vem dando resultado, mostrando as entregas que o candidato já fez como prefeito e as propostas para o Estado”. Deste modo, a conduta de Gean não deve mudar.

O que chama atenção na campanha são as ausências. Apesar de já ter usado foto de Bolsonaro em um evento, não há menções claras ao presidente nas falas ou propagandas de Gean. O bolsonarismo se mostra de forma mais tímida no apoio que o ex-prefeito tem de João Rodrigues, atual gestor de Chapecó e um porta-voz de Bolsonaro no Estado.

Outro nome que quase não aparece na campanha de Gean é o do candidato ao Senado Raimundo Colombo, líder nas duas pesquisas do Ipec. Integrantes da mesma coligação, os dois não estão ativamente na campanha um do outro. Questionada, a coordenação da campanha de Loureiro não se manifestou.

“Ainda não captou a vinda do Lula”, diz a campanha de Décio

No caso de Décio Lima, a conversão dos votos de Lula é um entrave para a campanha petista em Santa Catarina. Apesar do crescimento em relação à pesquisa anterior, o candidato ainda não conseguiu chegar na casa dos 20% das intenções de voto que o ex-presidente tem no Estado, segundo o Ipec. Na avaliação do coordenador estratégico da campanha, Otávio Cabral, os números não refletem ainda o impacto da visita de Lula ao Estado no dia 18:

— É mais uma pesquisa que mostra o Décio subindo. Vamos manter a estratégia, (e ela) mostra que estamos no caminho certo. A pesquisa ainda não captou a vinda do Lula, que foi um sucesso.

A mobilização nacional do PT gira em torno do voto útil, estratégia que pode levar a uma vitória do ex-presidente no 1º turno. Um avanço de Lula, para a campanha de Décio, pode significar uma alavancada nos votos do petista.

— A gente acredita em uma arrancada do Lula no Brasil e em SC nesta reta final de 1º turno. E também um crescimento consistente da candidatura do Décio — diz Cabral. NSC

Fonte:  Alô Noticias

Foto: Correio SC

 

 

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