O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira (31) que Israel propôs um novo e “abrangente” acordo de cessar-fogo em Gaza, que inclui a retirada de suas tropas do território palestino por seis semanas e a libertação de todos os reféns. “Não podemos deixar passar este momento” para chegar a um acordo, disse Biden em um discurso na Casa Branca, no qual instou o grupo islamista palestino Hamas a “aceitar o acordo”. A guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que acontece desde o dia 7 de outubro, já deixou ao menos 36.284 morto no enclave palestino. Este novo número inclui pelo menos 60 mortes nas últimas 24 horas, informou o comunicado, acrescentando 82.057 feridos. A declaração de Biden vem horas depois do Exército israelense confirmar que suas tropas haviam entrado no centro de Rafah, intensificando sua guerra de quase oito meses contra o movimento palestino Hamas, apesar dos apelos internacionais para interromper a ofensiva terrestre na cidade do sul de Gaza.
Biden – que ameaçou reconsiderar seu apoio ao aliado Israel no caso de uma ofensiva em larga escala na cidade fronteiriça egípcia – fará uma declaração sobre a situação no Oriente Médio na sexta-feira, informou a Casa Branca. Antes do início da operação israelense em Rafah, a ONU estimou que 1,4 milhão de pessoas se refugiavam na cidade. Um milhão havia fugido desde então, segundo a Agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA). A ONU alerta frequentemente para o risco de fome em Gaza, sob cerco israelense quase desde o início do conflito, em outubro. “Já se passaram 24 dias desde que a ocupação israelense assumiu o controle da passagem de Rafah e fechou a de Kerem Shalom, agravando a crise humanitária e impedindo que 22 mil feridos e doentes saíssem de Gaza para tratamento e que entrasse ajuda”, lamentou na sexta-feira a assessoria de imprensa das autoridades de Gaza, território governado pelo Hamas desde 2007.
O Escritório das Nações Unidas de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, sigla em inglês) afirmou que “a ajuda que entra [em Gaza] não chega à população” e lembrou que a obrigação legal de Israel de fornecer ajuda “não termina na fronteira”. O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, conclamou Israel a “cessar sua campanha” contra a agência, em um artigo publicado no New York Times. Israel acusou os funcionários da UNRWA de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro que desencadeou a guerra, o que levou vários países a interromper o financiamento.
Fonte: Jovem Pan.