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Mãe de menina que caiu de prédio em Chapecó, confirma à polícia que era comum deixar a filha sozinha no apartamento

A Polícia Civil de Santa Catarina já ouviu mais de 10 pessoas no inquérito que investiga a morte de Luna Victorique Zebatiero Carlota, de 5 anos, que caiu do 4º andar de um prédio em Chapecó, no Oeste do Estado. O delegado Éder Matte, responsável pelo caso, presume que não existiu participação de outras pessoas na tragédia e está convicto que houve omissão dos responsáveis nos cuidados com a criança.

“Houve negligência, tenho certeza, tendo em vista que o apartamento era no quarto andar, não havia tela de proteção e ela teria ficado sozinha por alguns minutos”, afirmou Matte, que tem apenas uma linha de investigação e projeta concluir o inquérito em 15 dias.

A mãe, 30, e o padrasto, 21, prestaram depoimento duas vezes na segunda e terça-feira, pois apresentaram contradições de horários e outros detalhes nos depoimentos. Os moradores do edifício, familiares e outras testemunhas também prestaram esclarecimentos à polícia.

O apartamento não tinha tela de proteção adequada em nenhuma das duas janelas. “Na janela do quarto havia uma tela fina para mosquitos e na sala não havia nem essa. Questionados sobre isso, eles disseram que foi por falta de dinheiro para comprar e colocar desde que chegaram no apartamento”, completou o delegado.

Uma vizinha observou pela sombra da luz projetada no edifício ao lado que Luna estava pulando no sofá próximo da janela, onde minutos depois ela caiu. A menina ainda teria ficado em pé no parapeito antes de despencar direto no chão de quase 12 metros. “Ela relatou que pensou em gritar pedindo para a menina sair da janela, mas não fez isso por medo dela se assustar e cair. Naquele momento ficou sem reação e viu a menina caindo”, detalhou.

Era rotina Luna ficar sozinha

Desde que passou a morar com o casal em Chapecó, há cerca de cinco meses, era rotina a mãe e o padastro deixarem Luna sozinha em casa para atividades diárias. “A mãe afirmou que em alguns períodos curtos deixava a menina sozinha em casa, principalmente quando o padrasto ia levar ela ao trabalho e ao mercado. Uma das razões, era porque queria fazer as compras mais rápido e outra porque eles têm apenas uma motocicleta, então não tinha como levar ela”, afirmou. As saídas duravam em média 20 minutos.

A polícia está coletando imagens de câmeras de monitoramento das ruas e também do estabelecimento onde os responsáveis estiveram para confirmar as informações relatadas nos depoimentos. Segundo a mãe, Luna teria ficado sozinha no apartamento por cerca de 15 minutos na noite da tragédia, que ocorreu na sexta-feira (8).

“A mãe declarou que trabalha com confeitaria e o companheiro dela não sabia identificar alguns produtos para comprar, por isso necessitava ir junto, e como tem apenas uma moto, não tinha como ir os três. Essa saída seria rápida, entorno de 20 minutos, onde também comprariam alimentos para a janta”, revelou Matte.

Investigação deve ser concluída em 15 dias

A Polícia Civil não constatou indícios de agressão na criança, bem como o uso de drogas por parte dos responsáveis. Os laudos periciais da Polícia Científica ainda não haviam sido concluídos até a tarde desta quarta-feira (13). O delegado não descarta ouvir novas testemunhas e os responsáveis novamente para concluir o inquérito policial.

“Estamos trabalhando para esclarecer todos os detalhes, ouvindo pessoas, parentes, moradores, buscando imagens das proximidades e aguardando os laudos. Quando tiver tudo isso em mãos poderemos decidir quais são os crimes e imputar aos responsáveis a responsabilidade ao fato. Quanto mais detalhes tivermos, mais fácil será para chegar a uma conclusão”, finalizou.

Relembre o caso

A pequena Luna morreu após cair do 4° andar de um prédio na rua Rio de Janeiro, no Centro de Chapecó. O acidente foi registrado na noite da última sexta-feira, por volta das 20h30, quando a menina estava sozinha em casa. Segundo a Polícia Militar, a mãe e o padrasto faziam compras em um supermercado próximo.

O pai da menina, Maurício Carlota, de 28 anos, recebeu a notícia da morte a filha por meio da mãe da menina. “Aqui era 2h20 e aí era 22h20, eu estava indo dormi. Quando recebi a notícia não acreditei. Foi horrível. Passei a madrugada inteira conversando com as pessoas”, relatou.

Uma moradora do andar debaixo informou aos policiais que chegou a ouvir a menina pulando no apartamento. Em determinado momento, ela teria visto Luna em pé, ao lado de uma janela aberta, quando se desequilibrou e caiu. O apartamento não tinha tela de proteção nas janelas de nenhum cômodo.

Pai acusa mãe de negligência

O pai de Luna, que mora na Irlanda, acusa a mãe de negligência, pois entende que o acidente poderia ter sido evitado. O paulista não acredita que a morte da filha tenha sido premeditada, embora a menina estivesse sozinha em casa no momento da queda, conforme a Polícia Militar. A mãe, 30, e o padrasto dela, 21, estavam em um supermercado próximo comprando o jantar da família, o que teria durado em torno de 20 minutos.

Carlota acredita que o padrasto da menina também seja responsável pelo acidente. “Ele também mora lá. Então também tinha o dever de proteger a integridade dela e pelo menos colocar uma tela na janela”, ressalta o pai. Ele não pôde comparecer ao velório por conta da distância de Dublin, capital da Irlanda, com Chapecó, uma viagem que poderia durar quase 20 horas.

O ND+ entrou em contato com a mãe de Luna, mas ela não quis se manifestar. Segundo amigas próximas, a mulher está bastante abalada. Também procurado pela reportagem, o padrasto da menina não atendeu as nossas ligações até o momento.

O pai afirma que este não foi o primeiro episódio de irresponsabilidade por parte da ex-companheira. “Tinha um quarto onde havia um guarda-roupas com a porta solta. Era para ficar sempre fechado esse quarto, mas ela [a mãe] deixou aberto. A Luna foi lá e a porta caiu em cima do pé dela. Quebrou dois ou três dedinhos”, conta. Ele estava trabalhando quando a mãe o avisou por mensagem. “Eu corri para casa. Tinha sangue para todo o lado. Foi horrível”, recorda.

Fonte: ND+

 

 

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