Sabrina, uma jovem de 24 anos, enfrenta diariamente os desafios impostos por duas condições raras de saúde: a Síndrome de Cushing e um timoma. Diagnosticada com o timoma na adolescência, Sabrina lida com um tumor na região torácica que, de forma atípica, produz o hormônio ACTH, essencial para a regulação de diversas funções corporais. O excesso desse hormônio, impulsionado pelo tumor, resulta no aumento da produção de cortisol pelas glândulas adrenais, levando ao desenvolvimento da Síndrome de Cushing, com sintomas como hipertensão, fadiga e alterações metabólicas.
Desde os 18 anos, Sabrina tem sido acompanhada no Hospital Universitário Walter Cantídio, onde sua equipe médica trabalha incansavelmente para estabilizar suas condições hormonais. Diante da complexidade do caso, os médicos propuseram um tratamento inovador com lutécio radioativo. Este radiofármaco tem o potencial de atacar as células tumorais que produzem hormônios, oferecendo uma nova esperança para a jovem.
O tratamento com lutécio envolve quatro doses, aplicadas em intervalos de seis semanas, com um custo total aproximado de R$ 130 mil — cerca de R$ 32 mil por dose. Embora a justiça tenha determinado que a Secretaria de Saúde do Ceará forneça o medicamento, a burocracia ainda impede a rápida aquisição do tratamento, que não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para garantir seu direito ao medicamento, Sabrina recorreu à justiça e, apesar das decisões favoráveis, enfrenta atrasos na administração do tratamento. A Secretaria de Saúde do Ceará está atualmente trabalhando em processos de dispensa de licitação para a aquisição do lutécio, buscando uma solução legal e segura.
A história de Sabrina destaca não apenas os desafios enfrentados por pacientes com condições raras, mas também a luta por acesso a tratamentos inovadores em um sistema de saúde que nem sempre consegue atender rapidamente às necessidades emergenciais. A esperança de uma recuperação significativa agora repousa na efetivação desse tratamento crucial.