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Discussão sobre calendário do futebol refletirá no Brasil?

Os grandes craques do futebol europeu estão falando cada vez mais sobre o calendário. Os atletas entendem que o aumento de jogos é prejudicial à saúde deles, além de afetar a qualidade das partidas.

Inclusive, alguns deles, como Rodri, cogitam greve. Esse debate cada vez mais acirrado levanta um outro questionamento: os jogadores do futebol brasileiro também vão embarcar nessa discussão?

Há tempos se fala de como o calendário brasileiro possui muitos jogos. Aliás, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro tendem a jogar mais que a maioria dos times da Europa. Por aqui, a temporada inclui competições estaduais, regionais, nacionais, internacionais e pode ter até o Mundial.

Reflexo disso pode ser visto quando os principais times do futebol nacional perdem suas peças por lesões ou desgaste durante a temporada. No entanto, a discussão sobre o calendário ainda não é falada tão abertamente pelos jogadores. Inclusive, eles evitam subir tom sobre o assunto, com reclamações conformistas.

A imprensa e muitos torcedores levantam a possibilidade do fim de estaduais. Pode ser um caminho, mas esse assunto ainda é ignorado pelas federações. Além disso, torna-se ainda mais complexo quando não há um plano de competições nacionais para realocar os clubes que ficariam sem calendário.

A pausa no período de data Fifa, que era muito pedida pelos clubes, foi parcialmente estabelecida pela CBF. Só não está totalmente porque alguns clubes atuam logo no dia seguinte do fim dos jogos das seleções, o que impede um ou outro atleta de entrar em campo.

Tite e Abel Ferreira criticam calendário
A figura que talvez mais critica o calendário do futebol brasileiro é o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira. O português diversas vezes usou as coletivas de imprensa para reclamar do acumulo de jogos, principalmente quando perde um jogador ou o time fica desgastado.

Recentemente, o comandante do Flamengo, Tite, falou mais profundamente sobre o número de partidas no futebol brasileiro. Convivendo com lesões de seus melhores atletas, o treinador reclamou do pouco tempo de intervalo entre as partidas.

– Eu gostaria de ficar um tempo grande no Flamengo, mas eu sei que a cada dia que passa é um dia a menos que vou ficar aqui. Mas a grandeza do Flamengo, dos seus atletas, eu queria estar errado para falar de calendário. Mas olhem o que está acontecendo. Tem uma série de pessoas da imprensa conscienciosa. O (Carlos Eduardo) Mansur. Leiam a crônica dele quando ele fala de calendário. E não adianta me dar balinha doce, o sindicato dos atletas dizer: “Ah, eu agradeci ao Tite porque ele falou, mas o calendário estava e nós aceitamos 66 horas”. Não tem que aceitar, não. Nós, enquanto técnico, temos que bater, o atleta vai arrebentar – alertou Tite.

De fato, a discussão no Brasil está longe de acabar. Talvez, não esteja nem perto de começar.

 

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