O uso de urnas eletrônicas não é exclusivo do Brasil.
Pelo menos 20 países adotam ou já utilizaram algum tipo de votação eletrônica, em diferentes escalas.
O Brasil, no entanto, implementou essa tecnologia de forma mais abrangente do que muitos outros países.
No domingo (6/10), por meio das urnas eletrônicas, os eleitores vão escolher prefeitos e vereadores em mais de cinco mil cidades brasileiras.
Por exemplo, a Índia e os Estados Unidos usam urnas digitais, mas apenas em partes do território, porque nem todos os Estados americanos adotaram o voto eletrônico.
Na Europa, países como Bélgica e França também utilizam esse sistema, mas em menor escala. Cada país, porém, adota um sistema diferente.
A urna eletrônica brasileira foi totalmente desenvolvida no país e é produzida em duas fábricas, localizadas em Ilhéus, na Bahia, e em Manaus, no Amazonas.
Embora os chips sejam importados, eles são testados, programados e soldados à placa-mãe da urna no Brasil, sob a supervisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com Julio Valente, secretário de Tecnologia da Informação do TSE, afirmar que a urna eletrônica não é eficaz por não ser amplamente utilizada em outros países é incorreto.
“Cada país tem um sistema eleitoral que reflete sua cultura”, explicou ele à BBC News Brasil em uma entrevista em 2022.
O uso da urna eletrônica no Brasil, que começou em 1996, foi impulsionado pela alta incidência de fraudes com cédulas de papel.
Havia práticas fraudulentas, como a manipulação de cédulas em branco para gerar votos.
Alguns países que anteriormente utilizaram a votação eletrônica, como a Noruega, reverteram para as cédulas de papel.
A decisão de voltar atrás ocorreu devido ao receio dos eleitores de que seus votos se tornassem públicos.
Testes de votação eletrônica foram feitos em eleições locais e nacionais na Noruega em 2011 e 2013, com o objetivo de incentivar a participação dos jovens, mas sem sucesso.
Após experimentar diferentes sistemas de votação eletrônica e realizar amplas consultas à população, o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha decidiu, em 2009, manter o sistema manual de registro e contagem de votos, devido à falta de confiança do público nos sistemas eletrônicos testados.
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