É difícil imaginar a ansiedade como algo positivo. O que há de tão bom em se sentir nervoso, preocupado, com apertos no peito? No Brasil, estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas tenham distúrbios de ansiedade, doença que atrapalha relacionamentos, desempenho profissional e o bem-estar físico e emocional do indivíduo.
Mas para Wendy Suzuki, neurocientista e professora do Centro de Ciências Neurais da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, a ansiedade pode ser uma boa emoção.
Em vez de lutar contra ela, Suzuki diz que ao longo de sua vida usou essa emoção para ser mais produtiva, mais otimista e, no final das contas, mais resistente.
A pesquisadora, autora do livro Ansiedade do bem: Explorando o Poder da Mais Incompreendida das Emoções (editora Alta Life, 2023), especializou-se no estudo da plasticidade do cérebro e nos efeitos transformadores do exercício físico na saúde mental e no desenvolvimento cognitivo.
“A boa ansiedade refere-se ao fato de que, de uma perspectiva evolutiva, a ansiedade foi projetada para nos proteger dos perigos deste mundo”, disse Suzuki à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol.
O problema, segundo Suzuki, é que temos níveis “muito altos” de ansiedade coletiva, o que faz com que essa ansiedade perca muito de seu valor.
“Para voltar às funções protetoras benéficas de nossa ansiedade”, diz a especialista, “precisamos aprender a diminuir o volume de nossa ansiedade, explorar o que esses sentimentos desconfortáveis associados à nossa ansiedade nos dizem sobre nós mesmos e, ao fazer isso, aprender mais sobre nós, sobre nossos sentimentos e nossas vidas emocionais.”
Em um artigo no portal Make it, da rede americana CNBC, Suzuki afirma que “a maneira mais poderosa de combater a ansiedade é trabalhar constantemente para desenvolver resiliência e força mental”.
Para atingir esse objetivo, a neurocientista pratica esses seis exercícios diariamente e os explica com suas próprias palavras.
1. Transforme a ansiedade em progresso
A plasticidade de nossos cérebros é o que nos permite ser resilientes em tempos difíceis: aprender a se acalmar, reavaliar situações, reformular nossos pensamentos e tomar decisões mais inteligentes.
É mais fácil tirar proveito disso quando nos lembramos de que a ansiedade nem sempre precisa ser ruim. Analise as proposições abaixo: