“Sem sombras de dúvidas, o que aconteceu hoje é um marco para a medicina catarinense”, afirmou o cardiologista Robinson Poffo após a finalização da primeira cirurgia cardíaca auxiliada por robô no Estado. O procedimento para a troca de uma válvula mitral ocorreu em Joinville, no Norte de Santa Catarina, nesta quinta-feira (7).
O resultado da cirurgia foi definido como “sucesso” pelo equipe médica do Hospital Dona Helena. O procedimento, realizado com o auxílio do robô Da Vinci Xi, garantiu uma recuperação mais rápida ao paciente, um homem de 60 anos.
“Provavelmente, no fim de semana o paciente já vai estar correndo para cima e para baixo”, disse o cardiologista joinvilense Robinson Poffo, um dos principais especialistas do país.
Robô Da Vinci Xi
O equipamento, um dos mais modernos do mundo, permite que os cirurgiões realizem todo o procedimento por meio de micro incisões na pele. O robô auxilia a equipe médica a ter uma visão ampliada do local que necessita de atenção.
Neste caso, a cirurgia foi realizada para a troca de uma válvula mitral, que tem a função de controlar o fluxo sanguíneo do coração. O procedimento durou cerca de quatro horas.
Indicações
Essa cirurgia é uma das principais indicações para a utilização do robô, de acordo com o médico Robinson Poffo. O cardiologista ainda explicou que o uso da robótica também é muito indicado para troca de safena, tratamento de arritmias e algumas cardiopatias congênitas.
No entanto, a equipe médica não pode recomendar a cirurgia robótica apenas com base nas doenças. Conforme o cardiologista Alisson Toschi, médico que liderou a cirurgia, não são todos os pacientes que podem ser operados com essa técnica. “Nós temos que selecionar os casos que se beneficiam e que existe a possibilidade de realizar com os equipamentos do mercado”, esclareceu.
Equipe capacitada
Ainda segundo Toschi, outro ponto que ainda dificulta uma ampla oferta da cirurgia robótica é a preparação e treinamento de uma equipe capacitada. No Hospital Dona Helena, por exemplo, o grupo de cirurgiões, enfermeiros e outros profissionais que estiveram à frente da cirurgia vem treinando a técnica há mais de 10 anos.
“A primeira cirurgia foi um sucesso. Conseguimos fazer o que queríamos desde o começo. Tínhamos um objetivo já pré-determinado e alcançamos sem intercorrências. Foi uma cirurgia tranquila para toda equipe”, relatou o médico.
Já Poffo ressalta que o procedimento é um marco para a medicina no Estado e, principalmente, demonstra o desenvolvimento que a medicina joinvilense vem obtendo ao longo dos anos. “Para mim, como cirurgião, foi uma data extremamente importante. Porque eu sou joinvilense, nasci, fui criado aqui, estudei e, logo na minha adolescência, fui estudar fora da cidade. E poder voltar e participar desse procedimento… Na minha carreira como profissional também é um marco importante”, afirmou Poffo.
ND+