O hábito de dormir sempre coberto pode ser carregado desde a infância, como um objeto de transição
A noite está quente e abafada, mas a pessoa não cai no sono sem a companhia de um lençol ou coberta. Esse hábito de dormir sempre coberto, mesmo no calor, pode estar ligado à questões psicológicas, hábitos adquiridos na infância ou até à sensação de segurança e conforto.
O que significa dormir sempre coberto?
1. Apego
A teoria dos objetos de transição foi criada pelo pediatra e psicanalista britânico, Donald Winnicott, e explica o apego das crianças a certos objetos.
Para Winnicott, o bebê busca um objeto para suprir a falta da mãe, especialmente na hora de dormir, quando começa a perceber que os dois são seres individuais.
Dessa forma, crianças que se apegaram a cobertores como objeto de transição, podem ter virado adultos que não conseguem dormir descobertos.
2. Sensação de peso
Outro aspecto psicológico que pode estar relacionado ao hábito de dormir sempre coberto é a sensação de peso. Estudos sobre terapia de pressão profunda, utilizados principalmente em cobertores pesados, indicam que a sensação de peso pode acalmar o sistema nervoso autônomo, ajudando a relaxar.
Esse peso, distribuído por todo o corpo, pode despertar sensação de um abraço quentinho, diminuindo a frequência cardíaca e regulando a respiração.
A pressão ainda pode ajudar a aliviar o estresse e a agitação, já que o cobertor limita movimentos durante a noite e assim, deixa o sono mais calmo.
3. Hábito
Dormir sempre cobertor também pode ser simplesmente a força de um hábito. O médico Matthew Walker, em seu livro “Por que dormimos: desvendando o poder do sono e dos sonhos”, explica que o cérebro humano responde positivamente a sinais consistentes que anunciam a chegada do sono.
Ou seja, ter um conjunto de rotinas e objetos, como um cobertor, pode criar uma sensação de previsibilidade que o corpo associa ao descanso. Esses rituais de sono ajudam a “condicionar” o cérebro, tornando mais fácil relaxar e adormecer.
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