Local de difícil acesso e condições climáticas impedem a retirada do corpo de Bruno Corrêa, que está há dias no Pico Jurapê
O corpo de Bruno Corrêa, de 29 anos, encontrado no Pico Jurapê, em Joinville, na última quarta-feira (13), segue no local devido às condições climáticas desfavoráveis e à dificuldade de acesso ao cume. O resgate está previsto para ocorrer na segunda-feira (18).
De acordo com o GRM (Grupo de Resgate em Montanha) de Joinville, realizar a operação sob essas condições apresenta riscos significativos para a segurança das equipes envolvidas, incluindo a possibilidade de acidentes e dificuldades logísticas.
“Portanto, as equipes decidiram que é mais prudente aguardar até que as condições climáticas se tornem favoráveis. Continuamos determinados a concluir esta missão, honrar a memória de Bruno e de alguma forma amenizar a dor de sua família”, destacou o GRM, que é composto por voluntários e ligado à Defesa Civil.
Resgate é desafiador
Desde a localização do corpo, as equipes realizaram diversas tentativas de resgate, inclusive com o uso de aeronaves, mas todas sem sucesso. Segundo o GRM, a operação é extremamente complexa.
“A região apresenta extrema dificuldade de acesso, sem trilhas ou caminhos definidos, o que torna a operação ainda mais desafiadora. Será necessário instalar ancoragens na parede da montanha para que possamos acessar o corpo e realizar a extração de forma segura. Esta é uma operação muito delicada, perigosa e tecnicamente complexa, exigindo o máximo de habilidade e cautela de nossa equipe”, explicou o grupo.
Angústia da família
A demora no resgate tem causado comoção e angústia na família de Bruno. Em uma publicação nas redes sociais, Carla Joci, irmã da vítima, desabafou. “Estamos acompanhando todo o trabalho da GRM. Sei que fizeram o que estava no alcance e agora para o resgate do corpo se disponibilizaram a fazer algo nunca feito antes por eles, mas só no domingo ou segunda ainda porque o tempo vai mudar”.
Carla também fez um apelo para agilizar o processo. “Não é de responsabilidade da GRM. Venho pedir ajuda. Nós individualmente somos pequenos, mas quem sabe juntos conseguimos algo mais rápido. Já se passaram muitos dias; há indício de que ele veio a óbito já na quinta-feira, então nem o último adeus teremos por causa do estado do corpo”, comentou a irmã.
Como Bruno desapareceu no Pico Jurapê?
Bruno, que é natural de Itajaí, partiu pedalando rumo a Joinville com o objetivo de chegar ao cume do Pico Jurapê. Ao chegar na cidade, ele enfrentou um contratempo: o pneu da bicicleta furou. Sem alternativas, deixou a bicicleta e seguiu a pé pela área urbana até alcançar o início da trilha para o pico.
Já no trajeto, Bruno fez contato com familiares para informar que havia chegado ao cume, mas estava desorientado e sem conseguir encontrar o caminho de volta. Ele entrou em contato também com os Bombeiros Voluntários de Joinville e com o GRM e relatou a situação.
Em ligação com um integrante do GRM, Bruno explicou que sua bateria estava baixa, que havia se ferido após uma queda e que não conseguia localizar a trilha de retorno. O resgatista instruiu Bruno a permanecer no local, desligar o celular para economizar bateria e combinou um horário para retomar o contato, informando que uma equipe de resgate estava a caminho. Bruno chegou a enviar sua localização via WhatsApp.
No entanto, ao tentarem nova ligação momentos depois, o celular de Bruno já estava sem bateria. A equipe de resgate foi ao ponto indicado pela localização enviada, mas não encontrou Bruno.
Desde então, diversas equipes especializadas em resgate em áreas montanhosas foram mobilizadas, mas ainda não obtiveram êxito nas buscas. Segundo os bombeiros, as trilhas da região apresentam dificuldades extremas, com elevações que chegam a 1.200 metros de altitude, exigindo escalada em alguns trechos.
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