O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou um homem de 24 anos pelo assassinato de sua esposa, Karize Ana Fagundes Lemos, de 33 anos, em um crime marcado pela brutalidade e premeditação. Ele responderá por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, conforme denúncia aceita pelo Poder Judiciário. O caso tramita em segredo de justiça.
Segundo as investigações, o crime ocorreu em 28 de setembro. O réu teria enforcado a vítima com uma corda dentro de casa e transportado o corpo no carro da própria esposa até uma mata em Palmas (PR), a cerca de 140 quilômetros de distância, onde o descartou. A motivação seria a suspeita de traição por parte de Karize.
A ossada da advogada foi encontrada em 8 de novembro, e exames periciais confirmaram sua identidade. O acusado foi preso enquanto tentava fugir para Mato Grosso do Sul. Vestígios de sangue foram encontrados no veículo e no corpo do homem, além de uma faca suja de sangue.
No carro, policiais encontraram livros sobre assassinatos e esquartejamentos, reforçando a tese de premeditação.
As qualificadoras do homicídio incluem feminicídio, cometido em contexto de violência doméstica; motivo torpe, por suspeitas infundadas de traição; e asfixia, pela utilização de uma corda no estrangulamento. O réu está preso preventivamente na Penitenciária de Guaíra (PR) e aguarda julgamento pelo Tribunal do Júri.
Curiosamento o crime ocorreu pouco antes da sanção da Lei nº 14.994, que tornou o feminicídio um crime autônomo. Como a lei não retroage, o réu foi denunciado sob a legislação anterior, em que o feminicídio era uma qualificadora do homicídio.