A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava o esquema criminoso chefiado por um coach de emagrecimento que atuava com prescrição médica falsa e fórmulas alteradas de medicamentos. O grupo atuava há pelo menos cinco anos em clínicas e farmácias em Joinville e Balneário Camboriú, duas das mais importantes cidades de Santa Catarina.
Ao todo, 21 pessoas foram indiciadas, entre elas, o líder do esquema, o coach Felipe Francisco, que foi preso. A NSC TV acionou a defesa dele que preferiu não se manifestar.
Além dele, respondem também outros profissionais da área como médicos, biomédicos, nutricionistas, farmacêuticos e funcionários e das clínicas.
Do total de investigados, oito seguem detidos preventivamente e o restante responde em liberdade mediante medidas restritivas. Eles respondem por crimes como:
Corrupção, falsificação e adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais;
Crime contra relação de consumo, por induzir pessoas ao erro com as receitas falsas;
Omitir informações da periculosidade do produto no rótulo;
Falsidade ideológica por conta da falsificação das receitas;
Integração de organização criminosa;
Lavagem de dinheiro.
O delegado do caso, Neto Gattaz, detalha que o número de vítimas ainda é incerto em função do longo período onde o grupo atuava. Foi apurado durante as investigações que em apenas um mês a clínica de Joinville faturou R$ 700 mil, atendendo cerca de 40 pessoas diariamente.
“Conseguimos oitivas de várias vítimas, que realmente não passavam por atendimento médico, embora lhe fossem receitados medicamentos controlados e uso de substâncias anabolizantes. Um medicamento que era vendido na clínica dele a R$ 300 reais, em qualquer farmácia custaria em torno de R$ 60 a R$ 70”, detalhou.
Em algumas ocasiões, o coach criava as próprias fórmulas sem base científica, visto que não possuía formação na área. Esses medicamentos, segundo o Ministério Público, eram conseguidos, principalmente, de forma clandestina de outros países. A apuração policial aponta que as farmácias de manipulação sabiam que os remédios eram modificados.
O alto padrão de vida do principal investigado era mantido pelo alto superfaturamento dos medicamentos falsos. O esquema se tornou tão lucrativo, segundo a polícia, que alguns dos investigados abriram as próprias clínicas onde atuavam da mesma forma.
Com a conclusão do inquérito, as informações foram encaminhadas ao Ministério Público que tem o prazo de 10 dias oferecer a denúncia à Justiça, que poderá determinar ou não se os acusados viram réus.
Fonte: G1.