Santa Catarina prova que a posse de armas pode ser fator determinante para baixos índices de criminalidade
Santa Catarina se destaca nacionalmente não apenas por suas baixas taxas de homicídios, mas também por ser o estado mais armado do Brasil. Segundo dados recentes, desde a flexibilização das regras para aquisição de armas pelo governo Bolsonaro em 2019, 82.955 novas armas foram registradas para Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) no estado. Proporcionalmente, isso representa 1.130 armas para cada 100 mil habitantes, a maior taxa entre os estados brasileiros.
O Atlas da Violência de 2024 revelou que Santa Catarina possui três das cinco cidades com as menores taxas de homicídios do Brasil. Jaraguá do Sul, Tubarão e Brusque, com taxas inferiores a 10 homicídios por 100 mil habitantes, mostram que o estado consegue combinar um alto índice de armas registradas com uma baixa taxa de homicídios. Isso coloca em evidência o debate sobre a relação entre posse de armas e segurança pública.
Nesta quinta-feira (20), o presidente Lula declarou: “Quem comprou arma não é pessoa honesta e decente, é um problema sério que está ligado a muitas coisas, sobretudo ao crescimento do clima organizado. No caso mais recente, a liberação de armas, que quem comprou arma não é pessoa honesta e decente, que quer trabalhar, não. Muitos crimes, muitas organizações, sabe, criminosas, compraram armas à vontade, que todo mundo poderia comprar, todo mundo”.
Apesar das declarações do presidente, a realidade de Santa Catarina apresenta um cenário diferente. O aumento expressivo na quantidade de armas registradas por civis no estado desde 2019 não se refletiu em um aumento nas taxas de homicídios. Pelo contrário, Santa Catarina continua sendo um dos estados mais seguros do país. Em 2022, foram registrados apenas três homicídios em Jaraguá do Sul, quatro em Tubarão e seis em Brusque.
O caso de Santa Catarina prova que a posse de armas pode ser fator determinante para baixos índices de criminalidade, desafiando a narrativa de que mais armas necessariamente levam a mais violência. Além disso, em SC a segurança pública é resultado de uma combinação de fatores, incluindo políticas eficazes, integração das forças de segurança, investimentos em tecnologia e programas de prevenção.
Santa Catarina não só se destaca nacionalmente, mas também na comparação regional. Entre os estados do Sul do Brasil, é o menos violento. O Rio Grande do Sul e o Paraná possuem taxas de homicídios significativamente maiores, com 17,9 e aproximadamente 25 homicídios por 100 mil habitantes, respectivamente, em 2022.
Jornal Razão
