Ela estava na linha de frente da pandemia trabalhando como fiscal sanitarista quando começou a ter os primeiros sintomas. Salete da Fonseca Covatti, 52 anos, começou a sentir dificuldade de respirar e dores no corpo no dia 20 de maio. No dia seguinte ela conta que passou pela triagem, foi medicada e após o sétimo dia fez o teste e recebeu o resultado positivo para Covid-19. “Fui internada no mesmo dia com dificuldades enorme de respirar e desde que fui internada não vi mais meus familiares e amigos, era eu e a equipe médica tentando vencer o inimigo invisível”, conta.
Salete foi transferida para uma Unidade de Tratamento Intensivo em São Miguel do Oeste, lá passou quatro dias, dois deles em coma induzido. “Eu achei que iria morrer, mesmo com oxigênio eu tinha dificuldade enorme de respirar. É uma situação que eu não desejo para ninguém, estar entre a vida e a morte. Na ambulância enquanto era transferida a equipe médica me mantinha acordada e pedia para eu não fechar os olhos que era para ficar com eles, acreditem, é a pior sensação de um ser humano”, relata emocionada.
Agressividade do vírus
Depois de 13 dias internada e com 20 quilos a menos, Salete voltou para casa. “O vírus é extremamente agressivo, há muitos que não acreditam, mas ele é letal, se não mata deixa sequelas. Hoje fiquei com uma lesão no pulmão, minha memória foi afetada, contraí diabetes e tive perdas na visão. Algumas sequelas são passageiras, mas elas mudam toda a vida de uma pessoa, então eu apelo a todos, continuem se cuidando, porque o vírus é muito agressivo”.
Nova vida
A servidora pública já retomou suas atividades profissionais. “Tenho ainda algumas dificuldades físicas e também emocionais, é preciso ser forte para passar por todo este processo, agradeço a todos os colegas, amigos e familiares que oraram por mim e Deus me deu uma segunda chance de viver, uma nova vida começa a partir de agora”.