Na manhã desta terça-feira, 3 de dezembro, o Grupo Estadual de Apoio ao Enfrentamento a Facções Criminosas (Gefac) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) realizaram a quinta fase da Operação Sob Encomenda, em Santa Catarina. A ação investiga crimes ligados a organizações criminosas, com a participação de três advogados e outros suspeitos em conexão com faccionados reclusos no sistema prisional catarinense.
De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, com ordens expedidas pela Vara de Garantias da Comarca de Joinville. Entre os alvos da operação estão advogados e detentos de penitenciárias localizadas em Joinville e São Francisco do Sul.
Duas advogadas tiveram restrições impostas pela Justiça, sendo proibidas de ingressar no sistema prisional do estado e de manter contato com presos por meio de parlatórios virtuais. Ao todo, 11 pessoas estão sendo investigadas nesta etapa, incluindo os três advogados suspeitos, que atuam em Joinville.
A Operação Sob Encomenda teve início em agosto de 2021 e tem como foco desarticular esquemas de comunicação entre advogados e faccionados no sistema prisional. Investigações indicam que tais relações facilitavam a entrada de celulares, drogas e outros itens ilícitos nos presídios e ajudavam na coordenação de atividades criminosas.
Em 2024, outras fases da operação foram deflagradas nos meses de fevereiro, abril e junho. Cada etapa trouxe novos desdobramentos, ampliando o entendimento da estrutura de sintonia entre advogados e internos em prol de uma das principais facções criminosas que atuam no estado, o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
A operação contou com o apoio do Departamento de Polícia Penal e da Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social. As investigações seguem sob sigilo, mas o MPSC informou que, assim que os autos forem divulgados, novas informações poderão ser compartilhadas com a sociedade.
A Operação Sob Encomenda V reforça o combate à criminalidade organizada no estado e coloca em evidência a necessidade de vigilância contínua para evitar a cooptação de profissionais do sistema jurídico por organizações criminosas.