Além da fisioterapeuta que aparece em um vídeo dançando com um recém-nascido no bolso do jaleco no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, mais três técnicas de enfermagem foram demitidas, confirmou a unidade de saúde nesta quinta-feira (17). Elas faziam parte do quadro do hospital. Já a fisioterapeuta era terceirizada.
No vídeo, que repercute na internet, uma fisioterapeuta aparece com o uniforme da unidade enquanto canta e dança uma música viral nas redes sociais com o recém-nascido dentro do bolso. Também é possível ouvir a profissional e quem a gravou rirem durante as imagens. A data em que a gravação foi feita não foi informada.
Segundo o hospital, as técnicas de enfermagem foram demitidas porque estavam próximas e não defenderam a criança, além de não avisarem a direção do hospital sobre o ocorrido. Em princípio, não há previsão de que mais pessoas sejam desligadas na unidade de saúde.
Em relação ao bebê, o hospital informou às 15h25 desta quinta-feira que a criança está bem, mas segue internada porque é prematura. Só poderá ter alta após ganhar peso e tamanho.
A profissional também foi afastada pela empresa terceirizada que a contratou e teve a carteira profissional suspensa de forma cautelar pelo Conselho Regional de Fisioterapia de Santa Catarina (Crefito10), que abriu processo ético disciplinar para investigá-la.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar crime na conduta da fisioterapeuta e dos demais envolvidos na gravação, que ainda serão identificados, segundo a delegada Vivian de Andrade Mattos.
“Inicialmente foi instaurado pelo crime de perigo a vida ou a saúde e também pelo crime do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], de submeter a criança a vexame ou constrangimento. Claro, as capitulações podem mudar a medida que ocorre a investigação”, disse.
O inquérito tem prazo de conclusão de 30 dias, conforme a delegada, mas pode ser prorrogado.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou que instalou um procedimento sobre o caso na terça (15). O promotor de Justiça não vai se manifestar porque a investigação está em segredo, já que a situação envolve um menor de idade.
O que diz o hospital
O Hospital Marieta vem a público manifestar sua completa indignação e repúdio com a conduta inapropriada e criminosa praticada e registrada em vídeo postado nas redes sociais por uma fisioterapeuta de empresa contratada, prestadora de serviços na instituição, manipulando indevidamente um recém-nascido.
Todas as medidas jurídicas – criminais, ético-administrativas e cíveis – estão sendo tomadas com o maior rigor possível, inclusive com apuração de colaboradores que filmaram ou participaram dessa cena lastimável, sem defender a criança.
Com 380 partos mensais em média, o Hospital Marieta tem no respeito e na humanização ao recém-nascido e às parturientes sua premissa de trabalho há várias décadas. Este ato isolado não pode manchar a imagem de centenas de profissionais que atuam na unidade e zelam diariamente cuidando dos bebês.
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