A alta do dólar registrada nesta quarta-feira (6), após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, promete impactar diretamente o bolso dos brasileiros. Com a moeda americana cotada entre R$ 5,76 e R$ 5,86 no câmbio comercial, diversos produtos do dia a dia, que dependem de matérias-primas importadas ou que têm seus preços afetados por cotações internacionais, deverão sofrer aumento de preço.
Entre os produtos mais afetados estão o trigo, o gás e o petróleo, cujos preços são diretamente impactados pela valorização do dólar. Isso se reflete em itens essenciais como o pão francês, a gasolina e até mesmo as passagens aéreas.
Alimentos que possuem matérias,primas como soja, milho e trigo, commodities com preços internacionais cotados em dólar, são os mais suscetíveis a sofrer aumento. O Brasil, que costuma importar mais trigo do que exportar, deve ver o preço do produto subir com a alta da moeda americana. Isso resultará em aumento no valor de itens como pão francês, biscoitos e macarrão.
Além disso, a carne também tende a ficar mais cara devido à valorização do dólar. A pecuária brasileira depende de insumos importados, como fertilizantes e ração, que se tornam mais caros com a alta do dólar. Outro fator é o impacto da exportação: com o dólar mais forte, as exportações de carne se tornam mais lucrativas para os produtores, o que reduz a oferta interna e pressiona o preço para o consumidor brasileiro.
O aumento do dólar também reflete diretamente no preço do petróleo, uma vez que essa commodity é cotada em dólar no mercado internacional. Como consequência, o preço da gasolina nas bombas tende a subir, afetando os motoristas brasileiros. Com os combustíveis mais caros, o custo de transporte também aumenta, o que pode resultar no repasse dessa alta para o consumidor, com o aumento das tarifas de ônibus e outros meios de transporte.
As passagens aéreas também serão impactadas, pois o combustível utilizado na aviação, o querosene de aviação, tem preço atrelado ao dólar. Isso significa que a alta do dólar pode encarecer as passagens aéreas, especialmente para destinos internacionais.
Outro setor que deve sentir o impacto da valorização do dólar é o de eletrônicos e produtos importados. Itens como smartphones, televisores, computadores e outros dispositivos eletrônicos, que dependem de componentes importados, podem sofrer elevações de preços. Além disso, produtos de higiene e limpeza, como sabonetes, detergentes e cosméticos, também são fabricados com matérias-primas que muitas vezes são compradas no exterior, e sua elevação de preço é quase certa.
Os medicamentos, que frequentemente dependem de insumos farmacêuticos importados, também têm grande probabilidade de sofrer aumento de preço devido à flutuação do dólar. A depender do tipo de medicamento e dos componentes necessários para a sua fabricação, os preços podem subir, afetando os custos para os consumidores.
A alta do dólar tem o potencial de gerar um efeito inflacionário no Brasil, pressionando o custo de vida e tornando itens essenciais mais caros. Especialistas afirmam que, com o aumento dos preços de combustíveis, alimentos e produtos importados, a pressão sobre a inflação pode ser mais intensa, o que afetaria diretamente o poder de compra da população.
A situação também deve exigir atenção das autoridades econômicas, que precisarão adotar medidas para tentar controlar os impactos da alta do dólar, que se somam a um cenário de inflação crescente e juros elevados. No curto prazo, os brasileiros podem esperar um aumento nos preços de vários produtos, o que exigirá adaptação no orçamento das famílias.