Menino teve arranhões no braço, esfoliação e ficou com marcas de sangue no corpo; agressão ao aluno autista aconteceu na frente da classe e professora foi afastada das atividades
Um aluno autista de 7 anos foi agredido pela professora em uma escola municipal na zona leste de São Paulo. Segundo a mãe do menino, ele estava em crise porque não queria fazer uma prova. A docente foi afastada de suas atividades.
A professora perdeu a paciência com a inquietação do aluno autista. Imagens da sala de aula mostram que a mulher segura os braços do garoto e o empurra.
O menino pega uma cadeira e avança sobre a professora, que toma o objeto e o empurra contra ele. Segundo reportagem do Balanço Geral, o aluno autista tem TOD (Transtorno Opositivo Desafiador), que causa um comportamento agressivo.
“Ele teve arranhões no braço e esfoliação. Estava todo machucado o braço dele, arranhado, com marcas de sangue. Estava roxo no pulso dele, conforme ela colocou para trás e apertou. E a boca dele estava toda com sangue e cortada”, relata Beatriz Aparecida da Silva, mãe do garoto.
O caso ocorreu em agosto, mas a mãe só conseguiu obter a gravação da câmera de segurança após três meses. Ela questionou a direção da escola na época e foi informada de que nada havia acontecido com seu filho.
A escola também negou o acesso às imagens da sala de aula. Beatriz, portanto, registrou uma denúncia na Diretoria Regional de Ensino. A partir da apuração do caso pela Secretaria Municipal de Educação, pôde ver a gravação do ocorrido.
“Demorei um bom tempo insistindo. Eu não sosseguei porque eu sabia que tinha coisa errada”, diz a mãe.
Ela ainda afirma que a auxiliar de educação que acompanha o aluno autista estava na aula, mas não impediu as agressões da professora. Especialistas ouvidos pelo Balanço Geral afirmam que o procedimento correto seria retirar a criança da sala.
“Quando a criança agride um professor, joga um objeto, ela não tem que ser contida fisicamente, a não ser que seja um risco para a própria vida ou para um amiguinho. Caso contrário, é dizer para ela ‘olha, vamos para outro lugar’ e conversar”, aponta a psicanalista Cintia Castro.
“A criança pode chorar, pode na hora parecer que não está ouvindo. Por isso é importante ter carinho, empatia, entender que está em uma crise”, completa.
A Secretaria Municipal de Educação comunicou em nota que um processo de apuração preliminar foi aberto para averiguar o caso.
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