O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou estar ao lado do Brasil na defesa de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. Durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Macron destacou a importância de não demonstrar fraqueza em casos de escalada de violência, defendendo o direito dos países de se organizarem em prol da democracia internacional. Durante a reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o francês ressaltou a condenação do Brasil à agressão da Ucrânia pela Rússia. Apesar de estarem do mesmo lado nessa questão, Macron destacou a possibilidade de tomarem decisões diferentes no futuro. Ele enfatizou que a França é uma potência de paz, mas não hesitará em se organizar para defender a democracia internacional. Além disso, declarou que convidar o presidente russo Vladimir Putin para reunião do G20 no Brasil pode ser “útil”, mas precisa ser uma “decisão consensual”.
O tema foi abordado após um jornalista questionar Lula sobre as declarações do líder europeu em relação à possibilidade da Otan enviar tropas contra a Rússia na guerra da Ucrânia. Por sua vez, Macron foi questionado sobre a decisão do Brasil de convidar Putin para o G20. O presidente francês afirmou que estará presente se houver uma chance de retomada da paz e opinou que a diplomacia brasileira “conduzirá as concertações da melhor maneira possível”. “O sentido deste clube é que deve ser consensual, com os outros 19. Esse será o trabalho da diplomacia brasileira”, afirmou Macron. Lula minimizou a distância do Brasil em relação à Ucrânia e reforçou a posição do país em condenar a invasão russa. O presidente brasileiro destacou a importância de buscar uma solução negociada para o conflito e defendeu a diversidade de opiniões nos fóruns internacionais. O convite para Putin participar do G20 foi visto por Lula como parte do processo democrático e da “convivência na diversidade”.