Eram quase 23h da última quarta-feira (11), quando o juiz André Milani, da 2ª Vara Criminal da comarca de Chapecó, fez a leitura da sentença do casal que estava em julgamento desde a manhã de terça-feira (10).
O homem foi condenado a 12 anos de prisão, em regime fechado. Os jurados reconheceram a participação dele em uma tentativa de homicídio qualificada pelo crime ter sido cometido mediante pagamento ou promessa de recompensa e pelo emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.
A esposa do réu, cartomante na cidade, também foi acusada pelo mesmo crime, mas acabou absolvida por falta de provas. No entanto, foi condenada a quatro anos de reclusão pelo crime de extorsão – por ter constrangido uma mulher a efetuar pagamento de quantia econômica, mediante grave ameaça de morte contra ela e o neto. A acusada recebeu o direito de recorrer em liberdade.
No primeiro dia de sessão, em quase 12 horas de trabalhos, foram ouvidas nove testemunhas, dentre elas a vítima. No segundo dia, antes do almoço foram realizados os interrogatórios dos réus. À tarde iniciaram as argumentações do representante do Ministério Público que atuou na acusação. E à noite os advogados fizeram a defesa dos réus.
Este foi o segundo júri relativo ao caso. O autor dos disparos foi julgado em 25 de novembro do ano passado. Ele foi condenado a 15 anos e oito meses de prisão, em regime fechado, por tentativa de homicídio qualificado por crime cometido mediante paga ou promessa de recompensa e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A sentença também inclui as penalidades por porte ilegal de arma de fogo com numeração raspada e uso de documento falso.
A acusada de encomendar o crime aguarda julgamento de recurso para, posteriormente, ser submetida ao tribunal do júri. De acordo com a denúncia, essa mulher procurou a cartomante em busca de reconciliação com o ex-marido, que se encontrava em novo relacionamento. Como o feitiço, que custou cerca de R$ 300 mil, não deu certo, a cartomante propôs o homicídio da atual companheira do homem.
Um atirador foi contratado, pelo marido da cartomante, para executar o crime e recebeu a orientação de simular um latrocínio (roubo seguido de morte). Dos R$ 35 mil prometidos, R$ 15 mil foram pagos antecipadamente.
Na tarde de 3 de junho de 2019, três disparos atingiram a cabeça da vítima, que foi socorrida a tempo de se recuperar. O autor dos disparos, de nacionalidade paraguaia, fugiu em uma motocicleta e foi preso minutos depois. Ainda segundo a denúncia apresentada, a cartomante, então, exigiu mais dinheiro da mulher, a fim de sair da cidade com o marido. Sob ameaça de morte contra ela e o neto, a mulher entregou cheques no total de R$ 800 mil, dos quais R$ 90 mil foram compensados.
Fonte: TJSC