MST acusa “violência policial” durante mais uma operação em Canoinhas, onde terras foram invadidas em outubro, em Santa Catarina.
O “Movimento Sem Terra” recebeu sinal verde do Governo Federal, que deu início ao processo para que os invasores recebam a propriedade das áreas ocupadas no “pré-assentamento Terra Livre” após 16 anos de disputa judicial.
“O que era pra ser comemoração terminou em demonstração de ódio”, lamentou o MST em nota. Membros atacaram policiais para tentar resistir à prisão de um indivíduo e os PMs reagiram com gás de pimenta. A intervenção teria acontecido durante o almoço de celebração.
No decorrer do evento, um ônibus transportando militantes foi interceptado pela PM na BR-280. A ação policial, que incluiu revistas e questionamentos, escalou para o uso de gás de pimenta contra os militantes, incluindo o presidente do PT de Canoinhas, Fernando Camargo.
A PM, por sua vez, justificou a intervenção como uma resposta a atos de desacato e resistência. A ação foi descrita como um apoio à Polícia Rodoviária Federal, dada a localização na rodovia federal. O boletim da polícia detalha a suspeita de um homem com mandado de prisão ativo no ônibus, que teria resistido à busca pessoal e desacatado os oficiais.
Em um incidente separado, um outro ônibus foi abordado em Campo Alegre, onde um indivíduo foi detido sob acusação de portar maconha. Este fato adiciona outra camada à narrativa do dia, destacando a intensidade e o alcance das operações policiais em relação aos eventos do MST.
O MST reiterou, em nota, seu compromisso com a luta por reforma agrária e justiça social, condenando a ação policial como uma violência contra aqueles que já estavam a caminho de casa após o evento. A situação em Canoinhas reflete as tensões contínuas em torno da questão da reforma agrária no Brasil, destacando a complexidade e os desafios enfrentados por movimentos sociais e autoridades.
Fonte: Jornal Razão