Com a colheita praticamente encerrada, os produtores catarinenses de arroz comemoram aumento nos preços e nas exportações do grão. Já os produtores de milho e soja estão receosos com as quedas nos preços, decorrentes das boas colheitas, que aumentam a oferta no mercado. As exportações catarinenses de suínos e frangos seguem em alta.
Confira essas e outras informações no Boletim Agropecuário de maio, documento elaborado mensalmente pela Epagri/Cepa com a análise econômica das principais cadeias produtivas do agronegócio catarinense.
Arroz
Entre janeiro e abril, Santa Catarina exportou quase o dobro do total de arroz exportado durante todo o ano passado. O principal destino foi a Venezuela. Os preços do grão catarinense seguem em elevação, puxados não só pelo aumento das vendas para o exterior, mas também pela possibilidade de problemas na safra gaúcha.
Os rizicultores catarinenses já colheram 99,9% da área semeada no Estado, restando apenas a colheita da soca. A expectativa da Epagri/Cepa é que Santa Catarina produza 1.235.229 toneladas de arroz na safra 2022/23, com estabilidade da área – em torno de 147 mil hectares – e leve retração da produtividade, que esteve acima da média na última safra.
Milho
Após dois anos de frustração, a safra 2022/23 de milho em Santa Catarina está confirmando uma recuperação da produção. A estimativa atual da Epagri/Cepa para primeira e segunda safra está em 2,89 milhões de toneladas.
Os preços ao produtor catarinense tiveram recuo de 11,4% entre março e abril e de 18,8% nos últimos doze meses. A estimativa de o país colher 125,5 milhões de toneladas do grão na safra 2022/23 está pressionando os preços para baixo. O câmbio, com dólar abaixo de R$5,00, também contribuiu para a pressão dos preços em abril e início de maio. No cenário internacional, as cotações também recuam no início de maio.
Soja
Entre a primeira e a segunda safra, Santa Catarina deve produzir 2,98 milhões de toneladas de soja no ciclo 2022/23, o que confirma o prognóstico da maior safra de soja no Estado.
Assim como no milho, os preços da soja também estão em queda. Entre março e abril a redução foi de 8,01%, fechando abril a R$137,81 a saca, menor valor desde 2020. Nos últimos doze meses a queda foi de 21,8%.
A confirmação de uma safra 2022/23 recorde no Brasil, de cerca de 154 milhões de toneladas, pressiona os preços da soja no mercado interno. Na visão internacional, os contratos futuros da soja voltaram a ser negociados abaixo dos US$ 14,00/bushel (Bolsa de Chicago, contrato julho em 16/05/23), influenciados pela maior oferta no Brasil, e pela expectativa de produção recorde nos Estados Unidos na temporada 2
Fonte: Governo do Estado de SC/Epagri