A primeira remessa de vacina contra a dengue, cerca de 750 mil doses, chegou ao Brasil neste sábado (20). Mais uma leva de 570 mil doses está prevista para fevereiro.
Segundo o Ministério da Saúde, o público-alvo será de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e primeiras aplicações ocorrerão no mês de fevereiro.
A escolha de jovens de 10 a 14 anos como público-alvo ocorreu devido ao fato de o grupo ter maior quantidade de hospitalizações apenas atrás dos idosos. A vacina, porém, ainda não foi autorizada para este público, apenas para quem tem entre 4 e 60 anos de idade.
O Ministério da Saúde adquiriu 6,4 milhões de doses do fabricante, que serão enviadas até novembro. A previsão da pasta é que 3,2 milhões de pessoas sejam vacinadas em 2024, considerando que a vacina precisa de duas doses com um intervalo de três meses entre elas.
“É importante que as vacinas sejam utilizadas de uma forma muito criteriosa, orientada pelos princípios científicos e pelas necessidades de saúde pública”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Os imunizantes vão ser destinados a regiões com municípios com alta transmissão nos últimos 10 anos e população igual ou maior a 100 mil habitantes. A lista das cidades e a estratégia de vacinação serão informadas pela pasta nos próximos dias.
Agora, a remessa recebida passará pela liberação na Alfândega e na Anvisa e depois seguirá para o INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde).
A vacina contra a dengue, conhecida como Qdenga, foi incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde) no final de 2023.
Experiência de vacinação em massa contra dengue
No início de janeiro, a cidade de Dourados (MS) se tornou a primeira do Brasil a vacinar em massa contra a dengue. A iniciativa contou com com 150 mil pessoas da cidade, com idades entre 4 e 59 anos de idade, após uma parceria entre o laboratório fabricante e a prefeitura da cidade.
O pesquisador e professor da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) Julio Croda coordena o acordo.
Em dezembro de 2023, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina Qdenga ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do SUS, o que faz do Brasil o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
A vacina apresentou eficácia geral de 80,2% nos ensaios clínicos contra qualquer sorotipo da dengue após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%.
Em 2023, o Brasil bateu recorde de mortes por dengue. Dados do Ministério da Saúde mostraram que foram registradas 1.079 mortes pela doença até o último dia 27 de dezembro. Em 2022, o número de mortes fechou em 1.053.
Fonte: R7