Paulo Peregrino conseguiu remissão completa de câncer em 1 mês ao participar de estudo com terapia celular e não nega ter tido medo
A história de Paulo Peregrino rodou o país após ser anunciado, na segunda-feira (29/5), que ele alcançou a remissão completa de seu câncer após um tratamento experimental com células CAR-T.
Em entrevista ao Metrópoles, Peregrino falou que a felicidade após a alta médica contrasta com todo o medo que rondou o tratamento. A imagem de seus exames tomográficos, por exemplo, que mostrou a evolução rápida do tratamento, ainda não tinha sido vista por ele.
“Eu nem tinha visto aquelas imagens do exame de março. Se alguém tivesse mostrado para mim aquela imagem talvez tivesse perdido 50% da minha fé e da minha esperança, da minha crença que a ciência iria me ajudar naquele momento”, diz Peregrino.
Quem é o paciente?
Paulo Peregrino, 61 anos, é escritor e publicitário. Ele lutava contra o câncer desde 2010, quando teve um câncer de próstata e depois, em 2018, descobriu ter um linfoma que acabou se espalhando por vários locais corpo. Ele fez quimioterapia e transplante de medula óssea, mas nenhum dos tratamentos teve efetividade.
“O linfoma havia se espalhado pelo meu corpo e estava em um nervo da minha coluna, próximo a lombar, que me dava dores terríveis. Iomava morfina todos os dias e ainda assim não conseguia superar a dor. Internado, tive cegueira parcial e várias infecções”, afirma.
Peregrino afirma que embora o medo e a dor tenham sido constantes, também sempre foi muito forte a vontade de continuar vivendo para estar com a família e os amigos. Ele afirma ter seguido firme mesmo quando foi desenganado.
“Aquele corpo tomado pelo câncer não combina comigo. Apesar de ter passado por tantas situações, de não ter tido sossego, não gosto de me ver como um coitado. Acho que por isso também acabei virando uma referência, muita gente tem me buscado para saber minha história, para contar as suas, dividir a esperança”, diz.
Após o tratamento com CAR-T, Peregrino diz que espera apenas retomar sua rotina e a normalidade das relações com sua família.
“Quero minha rotina de volta. Nunca deixei de ter a minha rotina, levei meu computador para os hospitais da vida, tentando trabalhar. Nunca deixei de fazer isso, porque se a gente perder a nossa rotina, não consegue mais sair bem de um tratamento desses”, afirma.
Fonte: Metrópoles