Após declarar situação de emergência em saúde pública por causa de uma explosão de casos de dengue, o governo do Distrito Federal alerta que casos graves da doença podem levar a quadros como hepatite e até mesmo insuficiência renal.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a gravidade, no caso específico da dengue, decorre de uma inflamação causada nos órgãos e da forma como o vírus atua no organismo. “O vírus penetra na corrente sanguínea, multiplica-se em diversos órgãos, e substâncias nocivas são formadas no organismo humano”, explica a secretaria, em nota.
“Após a picada, o vírus se multiplica em órgãos como baço, fígado e tecido linfático durante quatro a sete dias – período denominado incubação. A fase seguinte – viremia – dura cerca de seis dias e é marcada por febre. Nesta fase, o vírus continua a se multiplicar e os sintomas mais comuns surgem”, alerta a Secretaria de Saúde
O vírus da dengue, segundo a pasta, provoca uma alteração na permeabilidade dos vasos sanguíneos, provocando a perda de líquido denominado plasma, que deveria estar dentro dos vasos e que acaba indo para o interior de cavidades como abdome e tórax e tecido subcutâneo. Por isso, o paciente fica desidratado.
A secretaria alerta para quadros de diminuição das plaquetas, já que o vírus atinge a medula óssea. “São as quedas muito expressivas das plaquetas que ocasionam o sangramento, sinal de alarme que deve ser tratado com ajuda médica”, destaca a pasta, ao citar possíveis danos no fígado, no baço e nos rins, além de alterações neurológicas.
Tratamento
A dengue, geralmente, se manifesta por meio de sintomas como febre, dor de cabeça (atrás dos olhos), dores no corpo, fadiga, fraqueza, manchas, erupções e coceiras na pele. “Não há medicamento específico para a dengue. A febre pode ser controlada com o uso de paracetamol ou da dipirona. O AAS (ácido acetilsalicílico) e os anti-inflamatórios são contraindicados”, destacou a secretaria.
“Quando a doença se apresenta com sinais de alarme, os sintomas apresentados são: dores fortes na barriga; vômitos persistentes; sangramentos no nariz, boca ou fezes; tonturas e muito cansaço. Nestes casos, a ajuda médica deve ser procurada imediatamente, especialmente para evitar possíveis sequelas”, recomenda.
Ainda de acordo com a pasta, em casos graves, é possível que o paciente desenvolva sequelas, principalmente relacionadas ao dano que a doença pode provocar nos órgãos, como hepatite (inflamação no fígado) e insuficiência renal crônica.
Vacina em Santa Catarina
No começo do mês, o Governo do Estado informou que Santa Catarina não vai receber doses da vacina contra a dengue nesta primeira remessa, devido a quantidade limitada de imunizantes disponíveis. Não há previsão de quando as doses chegarão ao Estado.
A informação foi divulgada inicialmente pelo Ministério da Saúde (MS), que afirmou em nota: “a distribuição das doses nos municípios foi determinada com base em três critérios principais: o ranqueamento das regiões de saúde e municípios, o quantitativo necessário de doses para a população-alvo conforme a disponibilidade (prevista pelo fabricante) e o cálculo do total de doses a serem entregues em uma única remessa ao município”.
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) aguarda novas informações do Ministério da Saúde acerca do envio de doses ao estado.
Fonte: SCC10