Conforme prévia do IPC-Fipe, itens registraram alta de até 21,3%; preço da ceia de Natal está na casa dos R$ 439,30
Com a alta das carnes nos últimos meses, a cesta dos produtos que compõem a ceia de Natal ficou 9,16% mais cara em 2024. Conforme a prévia do levantamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o lombo de porco aumentou 19,72%, seguido pelo pernil (17,80%), filé mignon (16,87%) e picanha (14,94%).
Apesar do aumento das carnes, que têm peso grande para os brasileiros por causa dos churrascos de fim de ano, o vilão da ceia de Natal, segundo o levantamento, é o azeite de oliva. O item, tradicional da gastronomia italiana, registrou elevação de 21,30%.
Com base no IPC (Índice de Preços ao Consumidor), da segunda quadrissemana de dezembro de 2023 em relação à segunda quadrissemana de novembro de 2024, o preço médio da cesta ficou em R$ 439,30. No ano passado, o valor era de R$ 402,45. A pesquisa avaliou 15 produtos da cesta de Natal e 11 da lista de outros itens natalinos.
Alta da carne deixa ceia de Natal mais cara
Conforme a prévia da Fipe, a tendência é de que a alta se mantenha até o fim do ano. Itens mais tradicionais, como peru, pernil, lombo e chester, devem sofrer alterações mais perto do Natal. Para quem pode, vale a pena antecipar as compras.
O economista Guilherme Moreira, coordenador do IPC da Fipe, acredita que o principal destaque para o aumento do preço da ceia de Natal, além dos itens que normalmente sobem nessa época, é o forte aumento das carnes de maneira geral.
“Isso tem a ver, além da sazonalidade, com os eventos climáticos de setembro e outubro. Tivemos um setembro muito mais seco que o normal, com diversas queimadas que prejudicaram muito a produtividade do campo e afetaram fortemente as carnes”, afirmou ao R7.
Na média, o preço da ceia de Natal supera a inflação acumulada do ano e dos últimos 12 meses. De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial medida pelo IBGE, o acumulado nos últimos 12 meses em outubro foi de 4,76% e o do ano, de 3,88%.
“Esse aumento das carnes chegou com força, justamente nessa época de Natal, quando a demanda desses itens é maior. Então eu diria que o grande destaque no Natal será esse, os preços das carnes que vão estragar um pouco a ceia e os festejos natalinos no final de ano”, acrescenta o economista.
No ano passado, a situação foi inversa em relação às carnes, que estavam mais baratas. Já o azeite teve aumento maior no ano passado.
Por que a carne subiu tanto?
A inflação oficial de outubro, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, mostrou que os cortes registraram alta de 5,81%, o maior patamar desde novembro de 2020, quando a variação foi de 6,54%.
Entre os cortes que ficaram mais caros estão o acém, que chegou a subir 9,09%, costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).
A menor oferta do produto, agravada pela seca, a alta da demanda interna e a elevação do volume de exportações explicam o aumento dos preços, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
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