No final de junho do ano passado, foi lançado o Plano Safra da Agricultura Familiar para o ciclo 2023/2024, com o maior volume de investimento já destinado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), totalizando R$ 77,7 bilhões. Para discutir os resultados e perspectivas para o setor, o presidente da Confederação Nacional da Agricultura (Contag), Aristides Santos, participou de uma entrevista no telejornal Mercado & Companhia.
Santos destacou que 2023 foi um ano de intenso trabalho para a recuperação do setor, buscando reverter perdas de anos anteriores. Houve redução das taxas de juros e melhorias em algumas políticas públicas, mas o presidente ressaltou que ainda há desafios a serem superados. A expectativa é colher os frutos dessas ações no segundo semestre do Plano Safra atual.
Um dos objetivos do Plano Safra é reduzir a desigualdade entre as áreas rurais e urbanas. Aristides afirmou que já há melhorias na quantidade e nos valores dos contratos, especialmente na região nordeste, onde a atuação do Banco do Nordeste tem avançado. No entanto, reconheceu a necessidade de ampliar o acesso ao crédito, enfrentando dificuldades, principalmente na região norte.
Quanto ao impacto da queda no valor da cesta básica, Aristides abordou a situação específica da cadeia do leite, destacando que a importação, especialmente da Argentina e Uruguai, afetou significativamente os produtores familiares. Ele ressaltou a importância de políticas para garantir preços justos e evitar crises em segmentos cruciais, como o leite.
Santos também discutiu desafios relacionados ao acesso ao crédito, apontando para a necessidade de regularização de terras e o valor ainda baixo financiado em algumas linhas, como o Pronaf. Ele expressou a esperança de que as propostas da Contag para o próximo ano incluam aumentos nos valores e uma distribuição mais equitativa dos recursos entre as regiões.
Em relação às prioridades para 2024, Aristides enfatizou a necessidade de mais recursos, melhoria nas condições de juros, aumento do plantio de culturas estratégicas, como feijão e arroz, e a importância de políticas agrícolas robustas, assistência técnica e compras públicas.
Fonte: Canal Rural
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