O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível, atrás, apenas, da catarata
Pesquisadores do Centro de Pesquisa Biomédica de La Rioja (CIBIR), na Espanha, identificaram uma substância química capaz de interromper o desenvolvimento do glaucoma, uma das principais causas de cegueira no mundo. A substância em questão é o azul de metileno, conhecido por suas propriedades antioxidantes e seu uso na medicina como antídoto para certos venenos.
Azul de metileno como agente neuroprotetor
Cientistas demonstraram que este composto atua como um agente neuroprotetor, reduzindo a morte de células neuronais associadas ao glaucoma e, assim, retardando a progressão da doença.
Em estudos realizados em modelos animais, a administração de azul de metileno restaurou significativamente as funções visuais e ajudou a preservar as células da retina. Dado seu alto perfil de segurança, o azul de metileno pode vir a ser uma estratégia farmacológica promissora para combater a progressão da neuropatia óptica e prevenir a perda de visão em pacientes com glaucoma.
Os resultados são promissores, mas ainda é necessário desenvolver uma formulação em gotas de uso tópico e realizar testes clínicos em humanos para confirmar sua eficácia e segurança. Estima-se que esse processo leve de dois a cinco anos até que o medicamento esteja disponível para os pacientes.
Importância da detecção precoce do glaucoma
No Brasil, o glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível. Estima-se que entre 2% e 3% da população acima dos 40 anos sofre com a doença, o que representa cerca de 1 milhão de pessoas afetadas.
Apesar de ser uma condição que pode ser controlada, o glaucoma é responsável por aproximadamente 12% dos casos de cegueira no país, sendo a segunda principal causa, atrás apenas da catarata.
A detecção precoce e os tratamentos atuais podem evitar a cegueira total em até 90% dos casos. Por isso, é essencial realizar exames oftalmológicos regulares, especialmente em pessoas com mais de 40 anos ou com histórico familiar de glaucoma.
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