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Dia do Gaúcho: entenda a ligação da data comemorativa com a Revolução Farroupilha

Nesta quarta-feira (20), é comemorado o Dia do Gaúcho. Ao longo do mês de setembro, os gaúchos e gaúchas aproveitam para festejar as tradições da cultura, tais como a vestimenta da indumentária típica, tomar chimarrão e assar o tradicional churrasco campeiro, e tudo isso ao som de música regional.

Nascer no Rio Grande do Sul é algo tão valioso que desde 1996 é feriado em todo o estado. E além do dia de folga, a data comemorativa também conta com as festas da Farroupilha, que costumam acontecer entre os dias 16 e 20 de setembro, envolvendo cultura, música e gastronomia.

Essa também é uma homenagem a um dos episódios históricos mais importantes para as pessoas do Sul, a famosa Revolução Farroupilha, que teve início em 20 de setembro de 1835 e culminou em 1845 contra a coroa portuguesa em solos gaúchos. Vamos entender o que foi a Revolução Farroupilha?

 

Revolução Farroupilha:
Essa foi a rebelião mais duradoura do período imperial brasileiro. Ocorrida no Rio Grande do Sul, onde de um lado estava o governo do Rio de Janeiro, e do outro, as elites rio-grandenses. Essas que tinham grandes terras e no momento estavam insatisfeitas com a política e economia em si, pois o governo imperial estava cobrando altos impostos.

Promovida pela classe dominante gaúcha, os negros que haviam sido escravizados também foram convocados para lutar sob promessa de liberdade, caso a vitória fosse do lado do Rio Grande do Sul.

 

O primeiro conflito ocorreu no dia 20 de setembro de 1835, liderado por Bento Gonçalves, com quase 200 cavaleiros armados ao redor de Porto Alegre, capital gaúcha. Porém, uma pequena força armada foi enviada para o local e os que se encontravam ali para lutar foram obrigados a regressar.

No dia seguinte, o líder da revolução entrou em Porto Alegre e, com o apoio da Assembleia Provincial, proclamou a República do Piratini, mais conhecida como República Rio-Grandense.

Com toda essa situação acontecendo, o Regente Feijó, conhecido como o Senador da Província do Rio de Janeiro, nomeou o novo Presidente, José de Araújo para ver se algo mudava. Mas a guerra continuou, e os legalistas prenderam vários chefes que estavam comandando a Revolução da Farroupilha, entre eles Bento Gonçalves, que foi mandado para a Bahia, mas conseguiu fugir nadando.

Por volta de setembro de 1837, Bento consegue voltar ao Sul, e então é eleito o Presidente da Revolução Farroupilha. Com o apoio do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, o movimento ganhou ainda mais força. E devido às circunstâncias, Feijó teve que renunciar ao cargo de Senador do Rio de Janeiro. Quem ocupou o seu lugar foi Araújo Lima, governo apoiado pelos conservadores da época.

Já em 1839, David Canabarro e Giuseppe Garibaldi conseguiram tomar Laguna, região do Rio Grande do Sul, fundando então, nessa província a República Juliana, confederada à República Rio-Grandense, expandindo assim a Revolução. Em 1840, Dom Pedro II concedeu anistia a todos os que estavam ali para lutar pela política do período regencial, esse foi um momento entre o Primeiro e o Segundo Reinado.

Quando falamos que essa foi uma Revolução longa, é real, pois foi apenas em 1842, Luís Alves de Lima e Silva foi nomeado o Presidente do Rio Grande do Sul e comandante das armas, com o objetivo de acabar com a luta e viver num lugar pacífico. Diante do cenário de derrota, os farroupilhas que foram para lutar, negociaram o fim do conflito com o governo imperial. Mas ainda tinha algo a ser solucionado – o caso dos escravos que haviam lutado durante dez anos e mesmo com a perda da Revolução, precisavam ser libertados.

Mas o Governo Imperial não aceitava essa libertação, e por isso em 1844, o acampamento farroupilha foi atacado por tropas imperiais. Mas os que mais sofreram com o ataque foram os negros, que não obtiveram nenhuma ajuda daqueles que estavam armados. Foi só em 1845 que os rebeldes aceitaram a proposta de paz oferecida pelo governo.

Essa proposta foi chamada por Tratado de Poncho Verde, que estabelecia:

Anistia;
Incorporação dos oficiais farroupilhas ao exército imperial;
Libertação dos escravos que haviam lutado ao lado dos farroupilhas;
Devolução das terras que haviam sido tomadas dos rebeldes;
Diminuição dos impostos naquela província e
Fortalecimento da Assembleia Provincial.
Com isso, a Revolução da Farroupilha chega ao fim com a vitória militar das tropas do Império, e uma vitória política dos que foram à luta.

 

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