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Dicas para descomplicar as combinações entre vinhos e pratos

 

 

 

Para quem se aventura no mundo dos vinhos, é natural tentar estabelecer uma certa harmonia entre o que comemos e o que bebemos, da mesma forma como fazemos com outras  bebidas.

 
 Mas esse conhecimento do dia a dia, que é natural para as simples combinações acima, não é tão fácil no mundo do vinho. Porém, ainda assim é algo que uma pequena experimentação resolve.
 
Em geral, os vinhos tintos, por conta dos taninos (composto presente na casca e na semente da uva) são mais intensos, mas não necessariamente mais pesados. Existem vinhos tintos bastante delicados e frutados. No outro extremo dos tintos que precisam de anos (até décadas) para atingir seu auge. 
 
Já entre os brancos, as principais características para harmonização são os aromas (existem uvas brancas chamadas aromáticas e também as não aromáticas), a presença de madeira (alguns brancos passam um tempo em madeira, quando ganham profundidade) e sua acidez. Os vinhos brancos são muito versáteis e podem acompanhar desde o aperitivo até a sobremesa, coisa muito mais difícil para os tintos.
 
Os espumantes, principalmente os Brut (secos), são os curingas da harmonização. Os brancos de método tradicional (cuja segunda fermentação ocorre na própria garrafa) combinam com pratos mais complexos, com molhos e acompanhamentos elaborados, enquanto os de método Charmat (cuja segunda fermentação é feita em tanques de inox) são mais frutados e leves, ideais para aperitivos e saladas. Há ainda a possibilidade de combinar com alguns rosés secos que, por terem uma ligeira carga de taninos, vão bem com  carnes grelhadas.
 
Nos espumantes, a combinação de aromas e acidez facilita a harmonização com muitos pratos e, se acrescentarmos os Moscatéis, até mesmo os bolos com frutas e creme serão bem acompanhados. Existem enófilos especialistas em harmonização que chegam a afirmar que o espumante Brut é o único vinho capaz de fazer frente à brasileiríssima feijoada, incluindo aí até mesmo os Lambruscos secos de boa qualidade.
 
Tintos versáteis
Para harmonizar com carnes, os tintos mais encorpados são a melhor pedida.
Os vinhos brancos são, infelizmente, menos apreciados pelos brasileiros do que suas possibilidades enogastronômicas dão a conhecer.  Perfeitos para acompanhar os peixes e frutos do mar (principalmente os de preparações mais simples), como é de conhecimento geral, eles também fazem bonito com as carnes brancas como frango, peru ou até mesmo o lombo de porco.
Já o churrasco do final de semana pode começar bem com um Merlot mais leve, com pouca passagem por madeira, se a escolha forem as carnes na brasa sem muita gordura. Ney explica que um pouco de madeira nesses vinhos vai combinar perfeitamente com o toque defumado, esfumaçado do churrasco.  Mas quando as carnes tiverem mais gordura, o vinho precisará ter mais corpo e taninos: “Daí vale a pena escolher um vinho italiano da uva Sangiovese ou uma combinação de uvas ou um francês simples da região de Bordeaux, que vai casar muito bem com o mix de carnes em geral servida no churrasco caseiro”, comenta um sommelier, completando que, caso as carnes sejam bastante gordurosas, como a picanha, a costela de vaca ou o cupim, vale tentar um Tannat, com seus taninos potentes que limpam parte da gordura do palato.
 
Para o dia a dia, no entanto, pode-se escolher vinhos da uva Syrah do Novo Mundo (Austrália, Chile, Argentina, Brasil etc), com suas  frutas negras e especiarias para combinar com pratos vegetarianos, com carnes assadas e molhos; ou Cabernet Sauvignon não muito envelhecidos para escoltar massas com molhos vermelhos (aqui também cabem alguns Chardonnay, numa combinação ousada e feliz), e Carménères chilenos simples para a pizza. Vinhos portugueses com misturas de várias uvas típicas podem ser maravilhosos com cozidos e assados, além, é claro do bacalhau e da carne de porco bem temperada.
 
Como a harmonização é uma experiência sensorial complexa, é preciso prestar atenção às combinações que fazemos não apenas em ocasiões especiais, mas também para valorizar o dia a dia sem gastar muito e sem abdicar do prazer de um bom vinho.
 
Fonte: https://revistaadega.uol.com.br/
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