Duas cidades do Sul de Santa Catarina registraram temperaturas máximas recordes para um mês de julho na região. Em pleno inverno, Criciúma teve 33,8°C e Araranguá, 31,8°C no domingo (23).
A Epagri/Ciram, órgão que monitora as condições meteorológicas no estado, explicou que o El Niño causa essa alternância de dias frios com temperaturas mais altas no inverno.
Segundo a Epagri/Ciram, o recorde anterior de Criciúma tinha sido em 2011, quando fez 33,6°C em julho. Para Araranguá, o dado superado foi de 2017.
“Um inverno de pouco frio está relacionado à atuação do El Niño. Os meteorologistas já vinham prevendo que seria um inverno assim. Teve dias bem frios, mais intercalados com períodos de calor. A semana passada foi de frio, nesta semana é de calor. Essa condição, essa alternância, esse inverno têm a ver com a atuação do El Niño”, explicou a meteorologista Laura Rodrigues, da Epagri/Ciram.
O que é o El Niño?
O El Niño e a La Niña são fases de um mesmo fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico. Quando a temperatura da superfície do mar no oceano Pacífico Equatorial está mais quente do que a média histórica, temos o El Niño, e a La Niña ocorre quando está mais frio do que a média.
Segundo a Epagri/Ciram, quando há o El Niño, a chuva aumenta no Sul do Brasil, com valores acima da média histórica, especialmente na primavera e no verão. As frentes frias podem ficar por vários dias sobre uma região, mantendo o tempo instável.
Os ventos fortes em altitude também ficam intensos no Sul do Brasil. Em relação à temperatura, ela aumenta, já que as massas de ar frio se tornam menos frequentes e duradouras.
A previsão dos meteorologistas, conforme a Epagri/Ciram, é que o El Niño tenha intensidade de moderada a forte em 2023 e no próximo ano.
Fonte: G1 SC