O município de São Joaquim, na Serra Catarinense, sediou o evento de abertura oficial da safra nacional da maçã, neste sábado (24). O evento aconteceu na Estação Experimental da Epagri e no Parque Nacional da Maçã e reuniu autoridades, imprensa e comunidade local.
Em entrevista para a reportagem do SCC SBT, Rafael Vieira Grillo, presidente da Associação dos Produtores de maça e pera de SC, (AMAP), fala que mesmo diante das dificuldades do clima, a safra vai garantir maça para todo o país.
“Tivemos um ano difícil, um ano atípico por conta das adversidades do clima. Mas o produtor é aguerrido e conseguiu superar. Nós vamos ter uma safra boa. Uma safra que vai garantir fruta para Brasil todo e as exportações também”.
Rafael também destacou a geração de empregos na região com a safra da maça.
“A maça é uma cultura que tem trabalho o ano todo. Durante o raleio e colheita, nós empregamos quase 120 mil pessoas no Brasil. Em São Joaquim, nós somos 2.700 agricultores, 80% deles da agricultura familiar”.
Expecativa para a safra 2024, Francisco Schio, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã, (ABPM)
“Expectativa acima do que estavamos esperando para o ano. Os frutos estão saborosos, apesar de estar no início da colheita. Ainda tem a variedade fuji para colher, e teremos um ano com bons resultados, como ano passado”.
Fransciso ainda ressaltou a importância para São Joaquim e o estado de Santa Catarina, na produção nacional da maçã
“Importância muito grande. São Joaquim conseguiu ter a fuji como denominação de origem, a fuji de altitude. A maior região produtora de maça do Brasil, onde temos os campos de altitude, que proporciona a coloração dos frutos além do sabor diferenciado”.
Santa Catarina permanece na liderança nacional de produção de fruta. Segundo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epgri (Cepa), na safra de 2022/2023 os pomicultores catarinenses colheram cerca de 557 mil toneladas de maçã em uma área de 15,3 mil hectares, com produtividade de 36,2 mil quilos por hectare. De acordo com a Epagri/Cepa, o preço médio recebido pelos produtores ficou em R$1,50 por quilo da fruta. Com isso, o Valor Bruto da Produção (VBP) de maçãs chegou a R$876,3 milhões, 4,2% superior ao registrado na safra anterior.
Conforme dados do projeto de pesquisa da Epagri “Estudo e Levantamento da fruticultura de clima temperado”, Santa Catarina conta com 2.704 pomicultores com produção comercial em maçã Gala, Fuji e maçãs precoces. A produção estadual provém, em grande parte, de pequenas propriedades familiares, com produtores organizados em cooperativas ou com contratos em grandes empresas para classificação e comercialização.
As maiores áreas plantadas estão nos municípios de São Joaquim (58,11%), Fraiburgo (11,01%), Bom Jardim da Serra (8,82%), Monte Carlo (4,74%) Urubici (4,34%) e Urupema (3,24%), que juntos representam 90,26% da área em produção no Estado.
O evento
O presidente da Estação Experimental da Epagri recebeu a governadora em exercício Marilisa Boehm e o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária Valdir Colatto, para a inauguração da pavimentação de acesso às unidades da Epagri no município. Foram construídos 2.367 m² de asfalto no local, com investimentos do Estado na ordem de R$344,9 mil.
Após o ato de inauguração, uma colheita simbólica da maçã foi realizada nos pomares experimentais da Epagri.
A realização do evento foi da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (Amap), em parceria com a Governo de SC por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária e suas empresas vinculadas Epagri e Cidasc, prefeitura de São Joaquim, Associação dos Produtores de Maçã e Pera de SC (Amap), Sindicato Rural de São Joaquim, Faesc e Sebrae.
Maçã Fuji da região de São Joaquim
A maçã Fuji produzida nos municípios de Bom Jardim da Serra, Painel, São Joaquim, Urubici e Urupema é reconhecida pela qualidade da fruta em macieiras plantadas a mais de 1.100 metros de altitude e detém a Indicação Geográfica (IG) da Maçã Fuji da região de São Joaquim na modalidade denominação de origem, junto ao INPI.
O sabor se deve à ocorrência de noites frias no período de quatro a seis semanas que antecede a colheita, o que corresponde a amplitude térmica suficiente para a síntese de antocianina, favorecendo uma coloração vermelha mais intensa da casca e frutas mais crocantes e suculentas.
Fonte: SCC10