Secretário Cleverson Siewert foi um dos palestrantes do Invisto Network, programação que reuniu o ecossistema tecnológico do Sul do Brasil em Florianópolis. Fotos: Luciano Nunes/Invisto
Com os maiores indicadores econômicos e sociais do Brasil, líder em inovação na região Sul e reconhecida pela criação e expansão dos pólos tecnológicos, Santa Catarina é um dos Estados mais atrativos para investidores em startups. As oportunidades de negócio diante do atual cenário macroeconômico e o papel do Governo do Estado no desenvolvimento deste ecossistema marcaram a participação da Secretaria de Estado da Fazenda no Invisto Network, realizado nesta quinta-feira, 17, em Florianópolis.
A programação reuniu cerca de 70 investidores e empreendedores do Sul do país no Passeio Sapiens. Um dos painelistas da abertura, o secretário Cleverson Siewert (Fazenda) falou dos indicadores que fazem de Santa Catarina um estado protagonista, destacou a diversidade econômica, as oportunidades e os desafios que envolvem o crescimento dos negócios e da economia.
Entre os recados aos investidores e startups, Cleverson Siewert reforçou que o desenvolvimento tecnológico é uma das prioridades do governador Jorginho Mello, que ao assumir o Governo do Estado criou a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação para dialogar e pensar em políticas públicas voltadas ao ecossistema.
Hoje, a tecnologia representa 7,5% do PIB de SC, que é o 1º no Brasil em número de startups. Mas pode ir além, a exemplo de Israel, que se reinventou e tornou-se referência em inovação e tecnologia para o mundo.
“Santa Catarina é muito parecida com Israel neste aspecto: temos desafios climáticos, escassez de recursos do Governo Federal, não temos petróleo nem mineral. Mas, a exemplo de Israel, Santa Catarina faz por si mesma, está se transformando com seus pólos tecnológicos”, disse o secretário.
A tecnologia é hoje uma das matrizes econômicas de Santa Catarina, mas o secretário defende que se pense em novos modelos para os próximos 40 anos, o que passa pela criação de políticas públicas e parcerias que projetem o ecossistema tecnológico no futuro. Na avaliação dele, a internet tem papel importante nesse processo, considerando a transformação que promoveu no mundo e nos negócios, mudando vidas. “Saímos do offline para o online e hoje nenhum segmento econômico, público ou privado, pode ficar fora desse mundo digital”, analisou.
O secretário vê no crescimento populacional das cidades uma oportunidade para a tecnologia. Hoje, as cidades concentram 50% da população. Daqui a 40 anos, terão 70%, o que deve exigir um aumento generoso na capacidade urbana, no número de hospitais e estradas. “Imaginem a oportunidade e o que teremos que fazer em termos de tecnologia? As cidades certamente vão fazer parte da nossa próxima revolução”, disse.
Modelo de gestão
Ao traçar um paralelo entre o público e o privado, o secretário falou do modelo de gestão implementado pela atual gestão e da responsabilidade fiscal com as contas públicas. Lembrou que o governador Jorginho Mello assumiu o Governo do Estado com uma projeção de déficit de 8%, quase R$ 3 bilhões.
“Transformamos desafios em oportunidades, utilizamos modelos de gestão da iniciativa privada, preparamos um Plano de Ajuste Fiscal voltado ao corte de gastos e incremento de receitas”, explicou.
Destacou que o primeiro ano de governo foi concluído com as contas em dia e aprovadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas do Estado. “Pelo primeira vez, em 20 anos, o Governo do Estado diminiu suas despesas de um ano para o outro. Reduzimos em 2,7% as despesas, quase R$ 1 bilhão”, complementou.
Mais do que os bons indicadores alcançados com medidas de contenção de gastos e ajuste fiscal, o secretário reforçou a necessidade de se traduzir os resultados de gestão em melhorias para a sociedade.
Projetos estruturantes
Com exemplos concretos, como os programas Estrada Boa e Universidade Gratuita, o secretário demonstrou a importância de se direcionar os recursos para obras e projetos estruturantes para fazer a diferença na vida dos catarinenses nas próximas décadas.
Lembrou das iniciativas voltadas à atração de investimentos, a exemplo das concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs). Na avaliação dele, o apoio e as parcerias são fundamentais porque “é praticamente impossível para o Governo do Estado realizar todos os investimentos com recursos próprios”.
Em outra frente, pensando na geração de novos postos de trabalho em Santa Catarina, deu exemplos dos bons resultados objetivos com a atração de investimentos. Em dois anos, o Governo do Estado contemplou 205 projetos, que juntos irão investir cerca de R$ 14 bilhões e gerar 40 mil novos empregos diretos e indiretos até 2026.
O Invisto Network contou com a participação do CEO da Invisto, Marcelo Woloski, e reuniu outros nomes de destaque do ecossistema tecnológico de Santa Catarina, como o fundador da Softplan, Moacir Marafon. Presidente do World Trade Center Sul, Daniella Abreu também foi uma das painelistas. Outro destaque foi a participação do economista Marcos Troyjo, ex-presidente do BRICS e Transformational Leadership Fellow da Universidade de Oxford.
O consultor executivo da Fazenda, Julio Cesar Marcellino Jr, também acompanhou a programação.
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