O Pantanal, há mais de um mês em chamas, registra mais de 3 mil focos de calor em setembro, gerando uma extensa névoa de fumaça que se espalha para além do bioma.
Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Programa Queimadas, capturaram imagens mostrando a progressão dessa fumaça para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, afetando estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul.
Em cidades como Paranavaí, no noroeste do Paraná, e no Oeste de Santa Catarina, a mudança no céu é visível, com um aspecto mais cinza e o sol adquirindo um tom avermelhado devido à presença da fumaça.
Este fenômeno é explicado pelo doutor em geofísica espacial e professor da UFMS, Widinei Alves Fernandes, que aponta para os corredores de nuvens como facilitadores da dispersão da névoa em outras áreas do país e até em nações vizinhas como Paraguai e Bolívia.
O pesquisador destaca que a situação de poluição do ar é considerada um problema transfronteiriço, com impactos de regiões distantes afetando outras áreas.
Já o meteorologista Vinicius Sterling, do Cemtec-MS, ressalta que a névoa não provém apenas do Pantanal, mas também dos incêndios na Amazônia, que intensificam a situação em Mato Grosso do Sul e se propagam para outras regiões.
Em Campo Grande, a qualidade do ar deteriorou-se significativamente nos últimos dias, com a concentração intensa da névoa dos incêndios do Pantanal.
Na sexta-feira (17), diversas cidades de Mato Grosso do Sul amanheceram sob um manto de fumaça, evidenciando os efeitos diretos dos incêndios no bioma sobre a qualidade do ar e o meio ambiente.
Fonte: Jornal Razão