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Fundação do Meio Ambiente emite alerta após casos de sapos com boca colada em SC

Nos últimos meses, os biólogos que atuam na Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), no Norte de Santa Catarina, se depararam com algumas situações cruéis: foram registradas ao menos três ocorrências que envolviam sapos que tiveram suas bocas coladas em Jaraguá do Sul. Nesta semana, a fundação fez um alerta: maus-tratos contra animas é crime passível de prisão e multa.

Desde 2017, as equipes da Fujama promovem o trabalho de resgate de fauna, nos quais espécies comuns da Mata Atlântica são resgatadas em áreas residenciais e até mesmo empresas. Se estão bem, os animais são devolvidos à natureza em áreas preservadas do município. Caso contrário, os bichos são encaminhados para atendimento veterinário ou de reabilitação — como foi o caso dos anfíbios.

Em agosto, um sapo-cururu fêmea foi encontrado com a boca colada. Em maio, já havia sido registrado um caso semelhante. O biólogo Christian Lempek precisou utilizar óleo mineral, cotonete e uma colher para remover a cola dos animais. Todos os sapos resgatados, informou a Fujama, foram devolvidos à natureza.

Na época, o biólogo Lempek denunciou o caso nas redes sociais e destacou que tal prática pode ser enquadrada como crime ambiental e maus-tratos a animais.

— A gente recomenda a pessoa que encontrar um animal nesta situação que faça um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima para que a polícia possa investigar o caso — explicou o biólogo.

A pena para esse tipo de crime vai desde multa de um a 40 salários mínimos, por animal, até a prisão em casos extremos. Na esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da lei nº 9.605, com alteração da lei nº 14.064/2020, prevendo pena de reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda (no caso de animais domésticos).

O biólogo reforça, ainda, outra situação relacionada aos sapos. Muitas pessoas que viram a postagem na rede social alegaram que encontraram outros anfíbios na mesma condição.

— O sapo é um animal que não abre a boca facilmente. Inclusive, tem que ter uma técnica para abri-la. Por isso, caso a pessoa desconfie, traga o animal aqui na Fujama. Infelizmente, a gente não consegue resgatar muitos anfíbios porque temos outras demandas como gambás, cobras e lagartos nesta época do ano. Então, se a pessoa pegou um animalzinho desses e desconfia que está com a boca colada, leve na Fujama — indica o biólogo.

 

Se a boca do animal realmente estiver colada, o sapo não conseguirá se alimentar e pode morrer. Por isso, o quanto antes encaminhar o animal para a fundação, melhor. O endereço da Fujama é Rua João Januário Ayroso, 3329, bairro São Luís, em Jaraguá do Sul.

 

NSC

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