No dia de ontem (23), professores e professoras da regional de Xanxerê reuniram-se em um ato político marcando o início da greve. Mais de 100 educadores estiveram presentes, juntamente com autoridades locais, representantes sindicais e assessores de deputados da região.
Um dos destaques do ato foi a presença da então prefeita de Ipuaçu e presidenta da AMAI (Associação dos Municípios do Alto Irani), Clori Peroza, que também é professora da rede estadual. Sua participação ressalta a importância do movimento não apenas para os profissionais da educação, mas também para as lideranças regionais.
De acordo com o boletim dos coordenadores de greve, já são mais de 400 professores e professoras que aderiram à paralisação, abrangendo todos os 14 municípios da região. Essa adesão reflete as preocupações e reivindicações da
classe educadora em relação às condições de trabalho e remuneração.
Segundo informações oficiais, escolas de toda a regional funcionaram com horários especiais ou foram totalmente fechadas. Esse impacto demonstra a força e a determinação dos professores em busca de suas reivindicações.
Após o ato político, os presentes realizaram uma caminhada até a Coordenadoria Regional de Educação (CRE), onde foram recebidos pela Coordenadora Regional e equipe. Na ocasião, foi entregue um ofício contendo as reivindicações dos professores, o qual foi assinado pelos mais de 100 educadores presentes, reforçando o compromisso com a luta por melhores condições de trabalho e valorização profissional.
A greve dos professores de Santa Catarina acontece após um ano e quatro meses de negociações com o Governo Estadual, período no qual não houve resposta concreta nem atendimento às pautas apresentadas. Este movimento
evidencia não só as preocupações e reivindicações específicas da classe educadora, mas também destaca a importância fundamental desse direito constitucional como uma ferramenta legítima de pressão e negociação coletiva.
O direito à greve é assegurado pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 9º, como um instrumento de resistência e conquista de direitos pelos trabalhadores. No contexto educacional, a greve dos professores assume um papel crucial na defesa de condições dignas de trabalho, remuneração adequada e valorização da profissão docente.
Através da greve, os professores têm a oportunidade de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para questões que afetam não apenas suas vidas profissionais, mas também a qualidade da educação oferecida às crianças e jovens.
Além disso, a greve serve como um meio de pressionar os gestores públicos a dialogarem e negociarem de maneira séria e efetiva as demandas apresentadas pela categoria. Portanto, a greve dos professores não é apenas um exercício de direito constitucional, mas também uma manifestação legítima de cidadania e uma forma de promover avanços significativos no sistema educacional, visando a melhoria das condições de ensino e aprendizagem para toda a comunidade escolar.