BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu nesta terça-feira, 2, que não há nada que o governo planeje fazer no sentido de conter a alta do câmbio, a não ser “acertar a comunicação” sobre a autonomia do Banco Central e a “rigidez” do arcabouço fiscal.
Haddad fez referência à declaração dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais cedo, que, na avaliação do ministro da Fazenda, “elogiou” o arcabouço e a autonomia da autoridade monetária. Para o ministro, é esse encaminhamento que irá “tranquilizar” as pessoas.
A declaração do ministro veio em resposta aos questionamentos sobre o patamar do dólar alcançada nesta manhã, e perguntas se o governo pretendia fazer alguma intervenção ou mexer com o IOF cobrado em operações de câmbio, o que Haddad negou.
De acordo com Haddad, na reunião com Lula programada para esta quarta-feira, 3, a ideia é apresentar propostas que assegurem o cumprimento do arcabouço fiscal em 2024, 2025 e 2026 – último ano do atual mandato do petista. O ministro não quis cravar uma data para divulgação de medidas e destacou que as equipes estão trabalhando no tema há 60 dias.
“Não estou querendo marcar data porque estamos há 60 dias trabalhando nisso. O presidente está mobilizando Planejamento, Casa Civil e Fazenda não só para elaboração do orçamento de 2025, mas como para execução orçamentária de 2024. E ele está preocupado, hoje mesmo falou disso, elogiou o arcabouço fiscal, elogiou a autonomia do BC, e é nessa linha que vamos despachar com ele amanhã. Esses rumores eu sinceramente penso que é de gente interessada… Não sei de onde saem essas questões. Quando me perguntam, eu respondo no que estamos trabalhando, que é na agenda fiscal”, concluiu o ministro.