Ezequiel Fernandes Martins, que foi preso por assassinar a própria irmã, a dentista Isabel Cristina Fernandes, de 34 anos, por herança em Gravatal, no Sul Catarinense, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado nesta segunda-feira (21). A Polícia Civil informou que a vítima estava grávida, mas o irmão não sabia. De acordo com a investigação, o homem confessou o crime no final do inquérito.
— Ele disse que a irmã ameaçou a sua família, em razão disso ‘perdeu a cabeça’, pegou a faca e matou Isabel. Mas a alegação é completamente contrária às provas, posso confirmar que essa ameaça não existiu — afirmou o delegado e investigador do caso, Willian Meotti.
Segundo o delegado, o indiciado não soube falar de forma precisa quais ameaças teria sofrido. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e agora passa por análise. O investigador considerou as qualificações de meio cruel, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima para o indiciamento por homicídio.
Relembre o caso
O fato ocorreu no dia 26 de setembro, quando Isabel, moradora de Tubarão, foi a Gravatal visitar a mãe, que faria 73 anos no dia seguinte. A vítima levava um bolo de aniversário na casa onde o irmão dela também morava. Durante uma discussão, Isabel foi esfaqueada diversas vezes pelo irmão. Ela ainda tentou fugir, porém não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Isabel estava grávida, mas de acordo com Meotti, ele não sabia da gestação. Após assassinar a irmã na frente da mãe, Ezequiel fugiu e se entregou após buscas da polícia por 30 horas. Participaram das buscas policiais civis e militares e bombeiros, além do uso de cães farejadores e o helicóptero da Polícia Civil. Ele está preso de forma temporária no Presídio Regional de Tubarão.
Segundo a investigação, a briga por herança entre os irmãos durava anos e já haviam registros policiais de outras desavenças pelo mesmo motivo. A dentista era responsável por administrar a herança, em um processo relacionado ao inventário. Ezequiel Martins, de 39 anos, cursava medicina em uma universidade privada de Tubarão.
No processo, foram citados bens como um imóvel, dois carros, sendo uma Chevrolet Montana e um Fiat Pálio, cabeças de gado e terrenos. O documento ainda cita dois financiamentos em nome do autor da herança.
Redação Criciúma – NSC