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IMA inicia monitoramento semanal de balneabilidade e amplia coleta em 82 pontos a partir de outubro

Foto: Ricardo Trida/ Arquivo/ Secom

De acordo com o cronograma pré-definido a partir de outubro, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), iniciará o monitoramento semanal da balneabilidade dos 238 pontos do programa com aumento de frequência das coletas em 82 pontos.

Às segundas e terças-feiras, será realizada a primeira coleta da semana em todos os 238 pontos monitorados pelo Instituto. Nas quartas-feiras, ocorrerá a segunda coleta em pontos distribuídos em Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Balneário Camboriú (Praia Central) e a Rota Norte Florianópolis.

Já nas quintas-feiras, será a vez da segunda coleta em pontos distribuídos em Itajaí, Penha, Navegantes, Governador Celso Ramos, e repetição da coleta em Balneário Camboriú (10 pontos da Praia Central) e na Rota Norte Florianópolis (26 pontos de Jurerê, Canasvieiras e Ingleses) que terão três coletas semanais.

O laboratório do IMA realizará a emissão de relatórios às quartas-feiras (referente à primeira coleta de todos 238 pontos), às quintas-feiras (relatório somando os resultados referentes à segunda coleta realizada na quarta-feira) e às sextas-feiras, o relatório fechando o balanço da semana com os resultados da quinta-feira.

Informações no site

No site, as informações serão atualizadas automaticamente e todo cidadão poderá acompanhar as datas das últimas coletas e os resultados mais atualizados do ponto do seu interesse ao clicar nas bandeirinhas que aparecem no mapa. O site também possui o menu histórico, um espaço de pesquisa onde é possível acessar datas, horários, condições do vento, maré, entre outras informações que são registradas no momento da coleta e os resultados da condição própria ou imprópria de cada ponto amostrado.

Às sextas-feiras, a assessoria de comunicação do IMA continuará divulgando o release com o balanço da semana consolidado.

Ampliação das coletas

A presidente do IMA, Sheila Meirelles, pontua que, na última temporada a pedido do governador Jorginho Mello e por meio de um Termo de Cooperação com outras instituições do estado, o IMA atuou fortemente na ampliação das coletas de balneabilidade conquistando recorde em número de análises entre novembro de 2023 e março de 2024, somando mais de 7.000 análises realizadas.

“Somos os maiores em número de análises durante a temporada em relação aos outros estados brasileiros, e com o início do monitoramento semanal e aumento da frequência das análises nos pontos mais suscetíveis a mudança de propriedade já a partir de outubro, poderemos refletir melhor as condições ambientais desses pontos e repetir a dinâmica exitosa do monitoramento realizado na última temporada”, explica a presidente do IMA, Sheila Meirelles.

Foto: Arquivo / SECOM

Regularidade da ampliação das coletas

A regularidade das coletas ampliadas será mantida de segunda a quinta-feira (exceto feriados) três vezes por semana em 10 pontos de Balneário Camboriú (todos na praia central) e 26 pontos em Florianópolis (em praias como Canasvieiras, Ingleses e Jurerê), e duas vezes por semana em três pontos de Governador Celso Ramos; 9 pontos de Bombinhas; 5 pontos de Itajaí; 8 pontos de Itapema; 4 pontos de Navegantes; 11 pontos de Penha e 6 pontos de Porto Belo até o fim da estação verão no mês de março de 2025.

Os dados do monitoramento são de domínio público e todo cidadão, bem como, os entes municipais podem acessar.

“O trabalho de balneabilidade do IMA além de ter o objetivo de informar aos banhistas os pontos considerados seguros do ponto de vista sanitário, também serve para auxiliar os gestores municipais na área de saneamento básico, na tomada de decisões sustentáveis e em relação à necessidade de se investir em ações voltadas ao esgotamento sanitário, sejam elas estruturais ou estruturantes, preventivas ou corretivas”, reforça o gerente de Laboratório e Medições Ambientais do IMA, Marlon Daniel da Silva.

:: Dúvidas sobre o aumento da frequência das coletas

1) A metodologia da balneabilidade muda com o aumento das coletas?

Resposta: Não. A alteração é apenas na frequência das coletas e análise de alguns pontos do Programa de Monitoramento. O IMA continuará utilizando o método 9223 B do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 24ª edição, para determinação da concentração de Escherichia coli, cujos últimos cinco resultados, conforme Resolução Conama nº 274, de 29 de novembro de 2000, classificam um ponto como próprio ou impróprio.

2) A alteração na frequência de coletas está prevista na legislação?

Resposta: Sim. A Resolução Conama nº 274, de 29 de novembro de 2000, em seu art. 6º, prevê alterações de frequência, conforme segue: “Art. 6º Os resultados dos exames poderão, também, abranger períodos menores que cinco semanas, desde que cada um desses períodos seja especificado e tenham sido colhidas e examinadas, pelo menos, cinco amostras durante o tempo mencionado, com intervalo mínimo de 24 horas entre as amostragens.”

3) As coletas serão realizadas em períodos especificados?

Resposta: Sim. O IMA preza pela transparência e, desde de 2020, divulga antecipadamente o calendário de coletas da balneabilidade para possibilitar a fiscalização do procedimento por qualquer cidadão. O cronograma de coletas permanecerá público.

4) As coletas serão realizadas mesmo após chuvas?

Resposta: Sim. Não há embasamento técnico ou legal para não realização do exame da balneabilidade após períodos chuvosos. A Resolução Conama 274/2000 é taxativa quanto à especificação da frequência do monitoramento adotado. O mesmo procedimento é feito por todos os órgãos ambientais estaduais do Brasil que também monitoram a qualidade da água. A Organização Mundial de Saúde (OMS) também recomenda, em seu Guidelines on recreational water quality: Volume 1 coastal and fresh waters , o monitoramento da balneabilidade em todas as condições ambientais possíveis (secas ou úmidas), bem como, em pontos próximos a drenagens pluviais.

5) Quais os riscos de não fazer coletas após chuvas?

Resposta: As precipitações pluviométricas são o principal fator de impropriedade de praias, não porque estas águas estejam contaminadas, mas porque acabam conduzindo esgoto ao mar. Este esgoto pode ter origem em ligações clandestinas na rede pluvial, saturação de esgoto no solo, no caso de tratamentos individuais de esgoto, extravasamentos de equipamentos de coleta e bombeamento de esgoto, lavação de vias públicas, entre outras possibilidades. O indicador utilizado para o exame da balneabilidade, Escherichia coli, é sensível em ambientes salinos e na presença de luz solar (ultravioleta), enquanto outros patógenos presentes nas fezes, como vírus, são mais resistentes. Sendo assim, é importante medir, sempre, a concentração de coliformes nas águas, independente da condição climática, caso contrário o risco sanitário estaria sendo subestimado.

6) Por que aumentar a frequência de coletas?

Resposta: O aumento de frequência traz uma resposta mais precisa e rápida das condições sanitárias da praia à população. No caso de contaminações pontuais que venham a ocorrer em duas semanas consecutivas, somente após o quarto resultado positivo consecutivo a praia retornará à condição de própria (se essa coleta é semanal, somente após 28 dias haverá o retorno à condição de própria). Da mesma forma, contaminações que ocorram imediatamente após, ou alguns dias após ao da coleta de uma amostra podem não ser captadas no monitoramento seguinte, subestimando o risco sanitário. Portanto, aumentar a frequência da coleta significa trazer uma resposta mais precisa das condições sanitárias da praia à população, principalmente, nas praias urbanas, podendo refletir melhor as condições ambientais dos pontos amostrados.

7) As praias contaminadas poderão se tornar próprias com essa alteração?

Resposta: Não. O aumento da frequência também captará com maior frequência as contaminações fecais recentes das praias, o que manterá os pontos impróprios, quando contaminados.

A água é considerada

Própria: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros.

Imprópria: quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, for superior que 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.

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