O presidente Lula usou os termos “índio”, em referência a indígenas, e “opção”, em vez de orientação sexual durante entrevista concedida nesta quinta-feira (2) ao jornalista e colunista do UOL Kennedy Alencar no programa “É Notícia”, da RedeTV!.
Não é a primeira vez que Lula erra ao deixar de adotar a linguagem inclusiva —focada no respeito a grupos minoritários. Durante a campanha, a Folha relatou que o então candidato lidou com queixas privadas sobre a escolha de termos hoje considerados ultrapassados. Confira as falas do presidente:
É o seguinte, se não fosse a democracia, eu não teria sido presidente do Brasil, um índio como Evo Morales não teria sido presidente da Bolívia. Então a democracia é isso.”
A palavra índio era usada pelos colonizadores portugueses para se referirem de forma genérica à população nativa do que é hoje o território americano —mas, só no Brasil, há mais de 300 povos indígenas. Lula foi criticado em dezembro do ano passado pelo uso da palavra.
“Por este motivo, sob o novo governo Lula, a Funai mudou de nome: deixou de ser Fundação Nacional do Índio e passou a se chamar Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a pedido da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). Não é possível que esse país seja tão preconceituoso. Ontem até elogiei a Suprema Corte por ter aprovado a união civil, ou seja, porque é uma coisa que nós temos que entender a normalidade da opção do ser humano. O ser humano é o que ele quiser ser, ele faz o que ele quiser fazer, desde que ele respeite o direito dos outros, é simples; e acabar com esse preconceito.”
O termo correto é “orientação sexual” e não “opção sexual”. A sexualidade não é uma escolha. A orientação sexual diz respeito à forma como se caracteriza o desejo sexual e afetivo de uma pessoa, se pelo mesmo gênero (homossexual), pelo gênero oposto (heterossexual) ou pelos dois (bissexual), por exemplo.
Fonte: UOL
