O zoológico de Pomerode tem um novo morador. O jovem Benjamin, de oito anos, é um mico-leão-preto. O macaco nasceu e cresceu em um zoo de São Paulo, mas agora chega ao Vale do Itajaí à procura de um amor e, claro, para ter filhos. Mas por que viajar 600 quilômetros em busca de uma namorada? Porque ele é de uma espécie ameaçada de extinção e é aqui que vive a fêmea que pode formar casal com ele e reproduzir.
Benjamin desembarcou em Santa Catarina no dia 6 de novembro, após um voo de uma hora. Atualmente, o macaco ainda está em quarentena, como determina o protocolo, mas em breve vai conhecer sua alma gêmea. O zoo de Pomerode tem apenas uma fêmea da espécie mico-leão-preto. Ela chegou há sete anos vinda de outro espaço e já foi mãe. Porém, o namorado morreu e foi preciso buscar outro companheiro.
Quando a quarentena acabar, Benjamin será colocado mais perto da futura namorada, para que comecem a se conhecer. Depois, quando já estiverem mais entrosados, poderão ficar juntos no mesmo espaço. O casamento, porém, é um jogo de cartas marcadas. Afinal, a escolha do macho para a fêmea foi realizada de acordo com o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica.
A formação do casal se deu através de recomendação do studbook keeper — um consultor genealógico —, para garantir o tamanho satisfatório, estabilidade demográfica e diversidade genética dos animais. os enteados de Benjamin, por exemplo, vão morar em outros zoológicos, uma fêmea em São Paulo e um macho em Belo Horizonte, para no futuro criarem novas famílias.
Tudo isso para garantir que a espécie se reproduza e não entre em extinção.
De acordo com a Fiocruz, o mico-leão-preto, cujo nome científico é Leontopithecus chrysopygus, chegou a ser considerado extinto por mais de 50 anos. Ele foi redescoberto em 1971 e, graças aos esforços de preservação, existem cerca de mil dessa espécie, restritos a sete fragmentos florestais privados e duas unidades de conservação estaduais, no Oeste de São Paulo.
NSC