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Ministro das Comunicações enviou R$ 13,4 milhões do orçamento secreto a irmã investigada pela PF

Recursos públicos foram destinados para a prefeitura de Vitorino Freire quando Juscelino Filho exercia cargo de deputado; STF mandou afastar prefeita

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), enviou pelo menos R$ 13,4 milhões para a cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, por meio do orçamento secreto, segundo dados do Portal da Transparência. A PF deflagrou nesta sexta-feira uma operação que apura suspeitas de desvio de dinheiro público envolvendo emendas parlamentares do ministro.

Um dos alvos é a irmã de Juscelino Filho e prefeita de Vitorino Freire, Luanna Resende. Ela foi afastada do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal. Juscelino Filho, por sua vez, é investigado no caso, mas não é alvo da operação desta sexta-feira. Procurados pelo GLOBO, o Ministério das Comunicações e Juscelino Filho não se manifestaram.

As emendas indicadas por Juscelino Filho foram repassadas para a prefeitura de Vitorino Freire via Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal loteada pelo Centrão e envolvido em suspeitas de irregularidades nos últimos governos. A Polícia Federal apura se valores direcionados para o

município pelo órgão federal serviram para a contratação de empresas que, por sua vez, desviaram parte dos recursos.

Além dos recursos indicados via orçamento secreto, Juscelino Filho, ainda como deputado federal, indicou outros R$ 11,1 milhões diretamente para a prefeitura de Vitorino Freire por meio de emendas individuais.

A principal empresa apontada no inquérito é a Construservice, que tem como sócio oculto Eduardo Costa Barros, o “Eduardo DP”, também conhecido como ‘Imperador’. Ele foi preso na primeira fase da operação sob suspeita de comandar um esquema de lavagem de dinheiro realizado a partir do desvio de verba pública, por meio de fraudes em licitações.

Eduardo DP já foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como “conhecido agiota” de políticos e empresários do Maranhão. Ele também já foi acusado de usar documentos falsos e ter duas certidões de nascimento, três registros de CPF, dois registros de identidade e dois títulos de eleitor, apontam documentos obtidos pelo GLOBO.

Em janeiro, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo mostrou que a prefeitura de Vitorino Freire contratou a Construservice para asfaltar uma estrada que passa em frente à fazenda do ministro. Na ocasião, o ministro afirmou que a pavimentação beneficiou povoados que vivem na mesma região da fazenda e disse conhecer o empresário Eduardo DP há mais de 20 anos.

Fonte: O Globo

 

 

 

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