Armando Freitas Filho, destacado como uma das vozes mais influentes da poesia brasileira, morreu na quinta-feira, 26 de setembro, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela viúva, Cristina Barros Barreto.
O poeta, conhecido por obras como “Palavra” (1963) e “Rol” (2016), enfrentava problemas respiratórios e estava internado há uma semana na Clínica São Vicente, localizada na Gávea, Zona Sul da cidade. De acordo com nota oficial da clínica, Freitas Filho morreu devido a complicações decorrentes da Covid-19.
Ao longo de sua carreira, Armando Freitas Filho conquistou importantes prêmios, como o Alphonsus Guimarães, concedido pela Biblioteca Nacional, e o Jabuti.
Sua obra abrangeu desde a poesia minimalista até a prosa, que ele explorou pela primeira vez em 2022, com o lançamento de Só Prosa. Nesse livro, o autor reuniu reflexões sobre a vida cotidiana e memórias de amigos, consolidando-se como uma figura central na literatura brasileira.
Além de sua produção literária, Armando também ocupou cargos importantes na cultura brasileira. Ele foi pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa, bem como assessor do Instituto Nacional do Livro no Rio de Janeiro. Freitas Filho também desempenhou funções de destaque na Funarte e no Conselho Federal de Cultura.
Homenagens e legado poético de Armando Feitas Filho
O poeta foi tema do documentário “Manter a linha da cordilheira sem o desmaio da planície” (2016), dirigido por Walter Carvalho. Durante a abertura da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), naquele mesmo ano, Armando comentou sobretudo a experiência do longo tempo de filmagem:
“Ficamos apaixonados. Ninguém nunca tinha me olhado tanto”, disse ele, arrancando risos da plateia.
Armando Freitas Filho também teve uma amizade próxima com Ana Cristina Cesar, uma das figuras mais cultuadas da poesia marginal dos anos 1970.
Sua influência como poeta atravessou gerações, inspirando novos escritores, como Laura Liuzzi, que afirmou: “Sou poeta porque ele descobriu isso em mim. Vamos ter um trabalho de arquivologia para descobrir toda a escrita dele.”
Última obra e futuro lançamento
Armando deixou dois filhos, Carlos e Maria, além de dois netos, Lia e Max. Sua última obra, “Respiro”, ainda será lançada, conforme comunicado da editora Companhia das Letras.
Em homenagem ao poeta, Alice Sant’Anna, poeta e editora, declarou: “Armando era um dos maiores poetas brasileiros em atividade. Sua poesia fala sobre o amor, a morte, a casa, o ofício de escrever, o Rio de Janeiro. Seu legado é gigantesco e continua vivo em cada poema seu”, disse ela, por fim.