Um quarto suspeito de envolvimento no assassinato de Jéssica Elias da Rosa, de 23 anos, foi preso preventivamente nesta segunda-feira (10). Segundo a delegada Jucines Ferreira, ele é filho da ex-sogra da jovem, que está presa desde 18 de março.
“O investigado auxiliou na ocultação de cadáver e também investiu contra o companheiro da mãe para que ele assumisse os crimes, recaindo no crime de coação no curso do processo”, explicou Jucines ao ND+.
A investigação já prendeu quatro pessoas por envolvimento na morte de Jéssica: a ex-sogra, a atual companheira do ex, o companheiro da ex-sogra e o ex-cunhado. O ex da jovem também é investigado como possível mandante do crime.
50 quilos de cal
O corpo de Jéssica foi encontrado há cerca de duas semanas em uma região de mata fechada, em Braço do Norte, no Sul catarinense. Segundo a investigação, havia 50 quilos de cal dentro da cova para acelerar a decomposição.
Antes de ser enterrada, a polícia informou que a jovem foi torturada por dias pela ex-sogra e a atual namorada do ex-companheiro, e depois morta com um mata-leão. O responsável teria sido o companheiro da sogra. Todos já estão presos.
Mandante do crime
A polícia investiga também a hipótese de que o ex de Jéssica possa ter sido o mandante do crime. “[O companheiro da ex-sogra] disse que a atual namorada não fazia nada sem o consentimento dele. Ela era submissa a ele”, relatou a delegada.
O IGP (Instituto Geral de Perícias) está analisando os celulares dos suspeitos. O assassinato pode ser enquadrado como feminicído caso a investigação comprove que o ex-companheiro de Jéssica foi mandante do crime.
Ele está preso por homicídio em Braço do Norte, conforme informações da polícia. Chegou inclusive a ser detido após queimar a casa da ex. O preso responde por homicídio por tráfico de drogas. Ele vai a júri popular nesta quarta-feira (12), em São Ludgero.
Envolvimento com crime organizado
A investigação também apura o envolvimento da ex-sogra de Jéssica e o filho preso, ex de Jéssica, com o crime organizado. “Conforme já de investigação prévia em outro caso envolvendo o filho preso, há elementos de ela pertencer a uma facção criminosa”, revelou.
“O terceiro preso, companheiro da ex-sogra, confirmou essa informação, dizendo que eles pertencem ao PCG (Primeiro Grupo Catarinense)”, destacou a delegada. A reportagem não localizou a defesa dos investigados.
Dois dias de torturas
A delegada revela ainda que o namorado da ex-sogra detalhou a linha do tempo do crime, que ocorreu em janeiro. Jéssica teria saído de casa na sexta (20), e sido sequestrada na madrugada de sábado (21).
A jovem teria sido torturada por dois dias, e no terceiro, na segunda-feira (23), os suspeitos teriam decidido matá-la e enterrá-la.
Fonte: ND+