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O método japonês para acabar com mosquitos em casa: katori senko

 

 

Pouca coisa incomoda mais do que o zumbido de um mosquito, principalmente se for na hora em que estamos tentando dormir. Com a predominância dos climas tropical e equatorial, o Brasil acaba tendo uma grande incidência de insetos que costumam amar o ambiente quente e úmido. Porém, países com climas diferentes também podem sofrer com mosquitos.

 

É o caso do Japão, onde esses pequenos insetos são uma grande dor de cabeça. Lá eles também são vistos aos montes, principalmente o mosquito tigre-asiático (Aedes albopictus), um “primo” do Aedes aegypti, que também transmite a dengue. Esta espécie é a mais irritante da ilha de Honshu, onde se concentra a maior parte das cidades japonesas.

Katori Senko para combater mosquitos

Embora queimar vegetais aromáticos para espantar os mosquitos não seja uma tática exclusiva do Japão, foi lá que, há mais de um século, desenvolveram uma forma particularmente eficaz de o fazer. Seu nome: katori senko. A palavra parece exótica, mas o conceito é na verdade muito simples. Consiste basicamente em um bastão de incenso em forma de espiral que é fixado em suportes e ao qual são adicionados outros ingredientes para repelir insetos, como o tanacetum cinerariifolium, mais conhecido como piretro.

Usar o katori senko é fácil, basta acender e esperar que a fumaça se expanda. Como dito, a queima de plantas aromáticas não é novidade nem exclusividade japonesa, mas a versão mais difundida da história do katori senko afirma que foi lá que foi inventado. Para ser mais preciso, o crédito é atribuído a Eiichiro e Yuki Ueyama, que tiveram a ideia no início do século XX.

Katori Senko (Imagem: Ronald Langeveld/Unsplash)

O Japan Times conta que a ideia surgiu por puro acaso. Na verdade, Eiichiro Ueyama não se dedicava ao combate aos insetos, mas sim à exportação de tangerinas. Graças à mediação de um amigo, o estatista Fukuzawa Yikichi, acabou por entrar em contato com um comerciante americano que lhe ofereceu algumas sementes de piretro, uma planta vistosa que, explicou, era mortal para os insetos. Ueayama batizou-o de “jyochūgiku” e logo misturou o pó de suas flores com amido para fazer bastões de incenso que repeliam eficazmente os mosquitos.

A forma espiral foi a chave

O efeito era bom, mas os incensos duravam muito pouco, em 40 minutos só restavam cinzas. Foi assim que a esposa de Eiichiro, Yuki, teve uma ideia em 1895: por que não mudar o formato para espiral? “Eles foram um sucesso e foram enrolados manualmente até 1957, quando a produção foi mecanizada. Desde então, pouca coisa mudou nos resistores anti-mosquitos da marca Kincho de Ueyama, incluindo a cor verde profundo e a embalagem”, relata o jornal Japan Times.

A mudança não foi pequena. Como relata o Living in Japan, ao receber esse formato espiral como o de uma cobra enrolada, o katori senko ganhou algumas vantagens importantes: espessura e comprimento – que por sua vez se traduz em maior durabilidade – e segurança, já que o novo design concêntrico reduziu o risco de que pudesse cair e acabar incendiando algo.

O método funcionou tão bem que hoje podemos encontrar mosquiteiros de diversas marcas e com uma grande variedade de fragrâncias. O sistema também evoluiu. “Embora as bobinas e bastões tradicionais fossem feitos de pasta de piretro, as bobinas de mosquito modernas contêm principalmente inseticidas piretróides ou substâncias derivadas de plantas como a citronela. Eles são baratos, portáteis e geralmente eficazes na redução de picadas”, aponta a Universidade de Sydney.

A instituição de estudo australiana lembra que a capacidade das espirais para repelir os mosquitos “tem sido bem estudada” e normalmente “reduz a capacidade” de picada dos insetos; mas também aconselha ter em conta as suas limitações: “É bom que os mosquitos piquem menos, mas quando há risco de doença é preciso parar todas as picadas”, lembra. Em um artigo focado em katori senko, o professor Cameron Webb, da Sydney Medical School, também incentiva a evitar a exposição prolongada à fumaça, especialmente se as bobinas forem usadas em ambientes fechados:

“Há evidências suficientes para mostrar que, quando usadas ao ar livre, a queima de espirais contra mosquitos ajuda a reduzir as picadas de mosquitos, mas devem ser usadas com cautela. Usá-las em combinação com repelentes tópicos de insetos provavelmente fornece a melhor proteção […] É melhor evitar usá-los em salas fechadas; dispositivos ‘sem fumaça’ são uma boa alternativa.”

Um sistema, mas não o único

As bobinas katori senko não são o único método que os japoneses recorrem para se protegerem das picadas de mosquitos. No país, são utilizados repelentes ultrassônicos e em spray e truques mais tradicionais, como instalar mosquiteiros nas janelas e portas, eliminar ao máximo as fontes de água estagnada que possam estar na casa – vasos de flores ou jarras – e usar roupas que tornar mais difícil para os insetos picarem.

IGN Brasil.
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