Há cinco décadas, um crime brutal chocou a cidade de Florianópolis. O assassinato de uma jovem de 20 anos, cujo corpo foi encontrado em um riacho, sem cabeça e com os dedos raspados, foi um dos primeiros casos de grande magnitude da capital.
Mário Rogério Feijó, que tinha 22 anos na época e estava na terceira fase da graduação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), foi um dos primeiros estudantes a ver o corpo.
“Parecia ser um manequim desses que tem nas lojas, completamente branco, liso e inchado. Nunca tinha visto um corpo de uma pessoa morta. Era uma coisa assustadora”, contou.
Mulher sem cabeça
A identidade da vítima foi durante muito tempo um mistério. Em 1973, os recursos eram limitados e as investigações se arrastaram por meses. “Todo mundo só falava sobre esse assunto, ainda mais que demorou muito para ser descoberto, né?”, comentou Feijó.
“Eles já estavam arquivando porque não conseguiam achar indícios do assassino, e daí começaram as pessoas a culpar o delegado, né? Ah, não fez direito, está escondendo porque é alguém da polícia, até que começaram realmente a ter indícios que era um policial.”, contou Feijó.
Depois de 7 meses, uma máquina de costura, pertencente à vítima e que estava sendo vendida, foi encontrada na residência de um policial militar, levando-o a confessar o crime.
A investigação revelou que o autor mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, que esta teria engravidado e ameaçado expor a relação extraconjugal ao conhecimento da esposa do assassino.
O autor foi preso e condenado a 17 anos de reclusão. A história, ainda lembrada com horror pela população, está detalhada em um livro escrito pelo delegado responsável pela investigação, Eloy Gonçalves de Azevedo, falecido em junho de 2015.
Fonte: ND+