O sucesso do filme Oppenheimer jogou luz sobre o trabalho feito por cientistas que desenvolveram a primeira bomba nuclear no Novo México. Mas, 80 anos depois, alguns locais dizem que suas histórias ainda não foram contadas.
“Os meus dois avôs tiveram câncer, minhas duas avós tiveram câncer, meu pai teve câncer três vezes, minha irmã tem câncer“, diz Tina Cordova enquanto folheia as páginas de um álbum de família na sala de estar da sua casa.
“Eu perdi a conta de quantos tios, tias e primos tiveram câncer. E minha família não é a única.”
Tina mora em Albuquerque, a cerca de duas horas de carro de onde a bomba atômica foi desenvolvida.
O teste está no centro do filme dirigido por Christopher Nolan, Oppenheimer, que acompanha a trajetória do físico e da equipe de cientistas e engenheiros que trabalhou com ele para desenvolver essa bomba.
O filme, favorito em várias categorias no Oscar neste domingo, examina os conflitos morais dos homens e mulheres que mudaram o mundo com o trabalho que fizeram no deserto sob um manto de segredo.
Mas Tina Cordova diz que o filme não revela nada sobre o legado da bomba atômica com o qual, segundo ela, sua família tem vivido por gerações.
A detonação é um momento memorável do filme, com cientistas recebendo óculos escuros especiais e se reunindo para assistir suas teorias e cálculos virarem realidade.